8:12Sobre infernos políticos

Alguém aí já reparou que a tsunami, seguido de incêndio, que durou meio ano e parecia ter devastado o segundo governo de Beto Richa parece ter acontecido no tempo em que Adão rodava pião? E isso em pouco menos de dois meses? Os correligionários do tucanato local acham que isso aconteceu de forma pensada e com medidas administrativas corretas, apesar de a marca das lambanças, como a batalha do dia 29 de abril, aquela das bombas, balas de borracha e borrachadas nos manifestantes que queriam invadir a Assembleia Legislativa, além do fantasma do “primo distante”, cujas encrencas fizeram as bombas das denúncias de corrupção explodirem no terceiro andar do Palácio. Os do contra que, de certa forma, mesmo sem querer confessar, concordam com essa “virada” da temperatura no Palácio Iguaçu, pois estão quietinhos a contemplar, por exemplo, o que acontece no Rio Grande do Sul, onde não há dinheiro para pagamento de salário de funcionário público, batem na tecla de que Richa acabou politicamente, algo que só será mensurado na eleição para o Senado em 2018 e na própria sucessão, pois ele terá candidato. Os que olham tudo dentro de um contexto histórico, como dizem os analistas que tentam adivinhar por que. em política, boiada voa, mas com uma dose de veneno e humor, preferem dizer que o rapaz cinquentão nasceu mesmo com muita, mas muita sorte, pois quando as labaredas que queimavam seu governo pareciam ser eternas, o governo federal destrambelhou de vez, atropelado pelas prisões e delações da Operação Lava Jato e, claro, pela monumental crise política e econômica que apavora todo o Brasil e que começou exatamente junto com a da província paranaense. Coincidência ou não, depois das campanhas para as reeleições da presidência da República e do governo do Paraná, onde se pintou um mar de rosas e se conseguiu as respectivas reeleições, Dilma e Beto apresentaram a conta amarga da realidade. Agora, a presidente continua ardendo no fogo e a cada dia as labaredas chegam mais perto do seu casaquinho, enquanto o governador olha para isso no sossego do Palácio Iguaçu. Se Beto Richa recuperar parte do prestígio que amealhou durante muito tempo, aquele dos 70% de aprovação, o fato poderá ser considerado um milagre a entrar na história política do Paraná. A eleição para a prefeitura de Curitiba não será o termômetro dessa avaliação. Provavelmente ele ficará na muda, mesmo apoiando alguém, afinal, mesmo quando estava no topo das pesquisas, errou feio ao bancar a reeleição de Luciano Ducci, que não chegou nem para o segundo turno. A conferir.

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