A respeito de autoridades flagradas no trânsito dirigindo naquele estado em que estão chamando Jesus de Genésio, duas coisas. A primeira é o que aconteceu com uma juíza americana. Nora Longoria, com 25 anos de toga, estava a 111 km/h numa estrada onde a velocidade máxima permitida é de 88 km/h. Cozida, tentou dar um carteiraço. Foi algemada e levada para a delegacia. Pagou fiança e saiu (ler link abaixo). A outra é o trecho do livro “O jeitinho no Direito administrativo Brasileiro (e seus efeitos no desenvolvimento), do advogado Claudio Henrique de Castro :
“O porre antes da direção jamais ocorre com os nossos, conhecidos, amigos ou familiares, que sabem beber e bebem bem, com compostura – mas sempre com os outros, de tal sorte que a quantidade de bebida ingerida segue a lógica da relação pessoal: os desconhecidos bebem sempre muito mais que os conhecidos. (…)
Daí a grande dificuldade de aceitar as regras igualitárias do trânsito e a certeza de escapar das punições por meio de recursos financeiros, de uma boa conversa ou do seu capital pessoal: contatos com autoridades, parentes ou amigos influentes ou padrinhos.
A técnica do jeito trabalha com as relações pessoais, ora com bom papo, seja simpático ou charmoso, realçando as características de igualdade entre os sujeitos, ora realçando as diferenças, por meio do denominado carteiraço: você sabe com quem está falando?, a primeira modalidade usada pelo joão-ninguém; a segunda pela autoridade.”
http://issuu.com/claudiohenriquedecastro/docs/jeitinho_no_direito_administrativo_
Concordo totalmente com o texto, eu realmente bebo mas sou coerente, os outros são sim irresponsáveis, gente que enche a cara e não pensa nas consequências da bebedeira. Eu não, eu bebo mas sou firme no volante, então para mim a Lei Seca não vale, sou um cara do bem, nunca matei ou estuprei ninguém. A lei é para os bandidos e não para gente de “bem” como eu. Assim pensando muita gente vive, porque “não dá nada mesmo”.