10:33Filhos

por Sergio Brandão

A gente parece viver nos filhos e dos filhos. O primeiro com quase 28 anos, a do meio com 19 e a menor com quase 6 anos. Então, há quase 30 anos vivo assim, por eles, com eles, pensando neles, achando sempre que tudo é deles – e a gente fica mesmo muito babão e chato.

Nem quero e não prego a perpetuação da raça. A coisa não é por aí. É amor mesmo. De olhar, ouvir, cheirar e admirar até os defeitos. Defeitos? Os meus não têm! Mesmo quando parecem errar –  daí, a gente arruma um outro nome pra isso.

Filhos são mesmo coisas do outro mundo. É um amor que parece não caber dentro da gente e a vida sem eles não seria a mesma. Outro dia fiquei tentando pensar como eu seria sem eles? Descobri que não seria.

Entre Helena e Luiz Fernando, arrumei mais uma. A Georgia, que já veio pré-adolescente, mas que logo foi ocupando o lugarzinho dela e se instalou aqui dentro. Se passaram mais de 10 anos e neste tempo cada um foi ocupando seu lugar. Se acomodaram e vivem aqui dentro. Cada um no seu cantinho. Porque cada um é do seu jeito, mas todos sem defeitos só porque são meus filhos. Defeitos têm o filho dos outros, os meus não.

Todo este mimo acaba estragando as crianças… é o que dizem por aí. Os meus não. Eles não estragam, não são como brinquedos. Eles só nascem e às vezes passam por algumas dificuldades.

Olho pra Helena, a mais nova, e às vezes chega a doer no peito de tanto amor. Só porque é a pequena, a menor e que ainda precisa da minha proteção, mas sei que logo vai tomar o caminho dos dois mais velhos. Cria asas e voa.

Eles são assim… depois de um tempo vão cuidar da vida , mas eu faço de conta que estão aqui, bem pertinho, aos meus cuidados. Eles nunca vão sair de perto, mesmo que não estejam mais aqui.

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