por Carlos Heitor Cony
O Brasil está em crise. Há inflação novamente e a corrupção de sempre, propinas; há delações, algumas premiadas e outras sugeridas por quase todos os cidadãos. O povo está desesperado, chateado e temeroso de crises maiores.
Políticos de vários tamanhos e feitios articulam cavilosamente a derrubada do regime mas ninguém sabe exatamente o que vão decidir. Contudo a maioria conspira contra o regime pelo simples fato de conspirar.
Felizmente ninguém no Brasil liga muito para as crises, sejam políticas, econômicas ou cardíacas. Mesmo assim, o país acredita que vai em frente até que os generais depois de muito conspirarem, articulem botar as tropas nas ruas, que já estão cheias de gente que reclama quando pode ou não pode quebrar vidraças e ameaça assaltar bancos e os shoppings, queimar ônibus e mercados de hortigranjeiros.
Aliás, botar a tropa na rua é uma expressão às vezes figurada, às vezes não. É possível que a tropa saia à rua a favor de um ou de todos os lados ou contra todos os lados. A rigor, como os militares estão desmoralizados por golpes anteriores, quem costuma ir para a rua são a presidente da República, os ministros, os lobistas e os traficantes das muitas coisas que são proibidas no país.
O que torna emocionante as crises é justamente isso: contra quem ou a favor de quem as tropas sairão. A rigor a tropa não chega a sair, mas isso é coisa salutar. A nação prontamente se recupera da crise a fim de articular a próxima crise. As tropas têm de voltar correndo para os quartéis, do contrário podem ser apanhadas de surpresa por nova crise e aí ninguém entenderá mais nada e é possível que estoure uma revolução ou um golpe. Isso faz a nação atraente.
O grande perigo da situação é o fato de todos estarem do mesmo lado ou de nenhum.
O BRASIL NÃO ESTÁ EM CRISE! Quem pode estar em crise são os sedentos dela, esperando soldados com baionetas limpas, porém enferrujadas pelas ideias e tempo reacionário, apontadas aos adquirentes de respeito social, com casa, empregos, dignidade e reconhecimento social, além de renda e bem familiar a altura de um cidadão participativo em sociedade.
O povo não está mais alienado e sim associado ao dever cumprido e ser sócio contribuinte de uma democracia total e real perante os olhos de quem a desfruta.
Nas crises de qualquer natureza se faz necessário rever conceitos, porém não impor o terror do quanto pior melhor, em detrimento de vantagens pessoais.
Acredito que o povo, em sua maioria, está trabalhando e sem tempo de notícias ruins. É só olhar aos finais de semana as praias cheias, os aeroportos e rodoviárias demandando famílias em busca de lazer e convívio familiar e social. Pode ser até que as revendedoras de veículos estejam passando por dificuldades de vendas, porém anteriormente o mercado pode ser suprido e se ocorrem sobras, cabe melhor negociação. Toda linha automotiva top de linha está vendida, ainda com falta no mercado. Será que foram os que acenderão um degrau social a causa da crise ou os sedentos de crise que não se explicam?
Comprei uma tv de led,mais um celular para o filho,um carro para a esposa,depois mais um tv no quarto,troquei de novo o celular,fiz pacotes de tv a cabo e meu computador é mais veloz que avião a jato.
O vereador quis ser deputado,comprou uma casa de 800m2 em condomínio fechado,mais dois carros,viagens de primeira classe com toda família,arrumou mais duas amantes e tem tres secretarias boazudas pagas com dinheiro publico.
O magistrado ganhava 25,foi a 28,mais benesses foi a 32,mais manobras a 45 e o Pais gasta com ele 85 mil reais.
Então,a família acima não vai aguentar e vai culpar o governo,o politico vai tentar galgar postos mais altos para receber mais comissões e o magistrado vai pressionar o politico para ter melhores ganhos.
Sabe quem vai se foder,o cidadão que queria o minimo conforto em casa,por que o Pais não aguenta tanto escroque mamando.
Então só tem uma solução,comprar um rifle.
Quando o vice-presidente Temer diz lá em Nova Iorque que é uma “crisezinha” devemos acreditar.
Ou não, diria Caetano Velozo?