10:34Catraca que sujou em Brasília vai operar na Região Metropolitana de Curitiba

No próximo dia 05 de agosto os vales de papel dos ônibus metropolitanos serão substituídos por um novo cartão magnético. A empresa que vai fornecer o cartão e prestar o serviço é a TransData, cujo maior acionário é a família Constantino, dona da Gol Linhas Aéreas e empresas de ônibus. Recentemente ela foi alvejada pelo Tribunal de Contas por ter ganho o mesmo direito na capital federal, onde tem várias empresas de transporte coletivo. Uma operação deflagrada pela Polícia Civil do Distrito Federal começou a desvendar uma fraude que desviou R$ 100 milhões dos cofres do governo. Segundo o jornalista Mino Pedrosa (ler abaixo), o esquema passa pelo Banco do Brasil e a Câmara Distrital, através de algumas campanhas de deputados eleitos e derrotados. Pode ser tudo, pode ser nada, mas os chamados órgãos competentes deveriam abrir os olhos para a chegada da empresa na capital da província. Confiram:

por Mino Pedrosa, do blog QuidNov
A catraca que gira milhões

A operação deflagrada pela Polícia Civil do Distrito Federal na manhã de hoje (30) batizada como operação Trick tem um objetivo: desvendar a fraude no Sistema de Bilhetagem Automática (SBA) do DFTrans, comandado pela TransData.

Foi no vilarejo “café sem troco”, em Planaltina, no DF, que ocorreu a fraude que desviou mais de R$ 100 milhões dos cofres do GDF. O esquema passa pelo Banco do Brasil e a Câmara Distrital, através de algumas campanhas de deputados eleitos e derrotados.

Marco Antônio Campanella, ex-diretor do DFTrans e presidente regional do PPL, foi considerado o maestro de toda operação que mais uma vez colocou o transporte público do Distrito Federal em situação crítica. Ele cassou a concessão de linhas de ônibus do Grupo Amaral. O processo que corria em segredo de Justiça, veio à tona com a operação Trick, porque houve quebra de sigilos bancários e telefônicos dos envolvidos.

Agora,veio à luz o porquê do Governo omitir a determinação do Tribunal de Contas do DF proibindo a empresa TransData de prestar serviço de bilhetagem em Brasília. A empresa faz parte do mesmo grupo que controla a Piracicabana e a Pioneira, vencedoras da licitação fraudulenta do transporte coletivo de Brasília, em 2014, um dos escândalos do Governo Agnelo Queiroz.

No “café sem troco”, em Planaltina, eram passados os bilhetes eletrônicos no equipamento validador para aumentar a arrecadação do Consórcio das empresas de ônibus Marechal e Piracicabana. A Polícia Civil investigou e flagrou 54 empresas fantasmas que repassavam recursos para as campanhas de candidatos à Câmara Distrital.

Também foram constatados cerca de 100 mil CPFs  falsificados, grande parte de pessoas que já morreram. O maestro da fraude Marco Antônio Campanella foi detido na manhã de hoje e conduzido à delegacia onde prestou longo depoimento, como sempre, negando toda historia. Mas, a Polícia Civil tem uma farta documentação com quebra de sigilo bancário e escutas telefônicas, envolvendo  à Câmara Distrital, com deputados eleitos com recursos da fraude.

A deputada Telma Rufino, também envolvida no escândalo, foi conduzida à delegacia para prestar depoimento. A deputada nomeou Narcisa Anna Neto de Queiroz, mulher de Campanella,  para o seu gabinete com o salário de R$ 9.274,00.

Vale a pena lembrar que o ex-governador Tadeu Filippelli sempre esteve à frente da Secretaria de Transporte e DFTrans. Foi ele que determinou a retirada das empresas de ônibus que prestavam serviço no DF e  as substituísse pelas vencedoras da fraude, entre elas a Piracicabana e a Marechal, do empresário Nenê Constantino.

Agora, com a operação Trick fica explicada a dificuldade dos deputados distritais em abrir a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para apurar denúncias na área de transporte. Segundo a Polícia Civil, o desvio de mais de R$ 100 milhões teve como destino, campanhas eleitorais no DF.

Campanella tentou articular com os deputados envolvidos, sem que eles soubessem do escândalo que estava por vir, fazer Doutor Michel, presidente da Casa. O ex-diretor do DFTrans e presidente regional do PPL  sabia que seria fundamental ter o apoio do presidente da Câmara Legislativa. Procurado pela reportagem o atual Corregedor da Câmara disse que o encontro foi casual e que o assunto tratado foi a formação de um bloco. O que não aconteceu. Os deputados Delmassio e Telma Rufino votaram na presidente Celina Leão, o que comprova que a intenção de Campanella não obteve sucesso.

“Não tenho nada com esse mar de lama”, disse Michel, o mesmo declarou Rodrigo Delmassio.

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Band News

Vem aí mais uma mudança no transporte coletivo de Curitiba! A partir do dia 5 de agosto, os vales de papel dos ônibus metropolitanos serão substituídos por um novo cartão magnético. Ou seja, quem mora na Grande Curitiba e precisa vir à capital todos os dias, ou ao contrário, terá de andar com dois cartões: o da Urbs, para usar as linhas dentro da cidade, e o da MetroCard, para ir ou voltar para casa. A mudança foi anunciada quarta (15), pela Coordenação da Região Metropolitana, e é tida como uma “evolução” de quando o sistema foi desintegrado, em fevereiro. Segundo o diretor da Comec, Omar Akel, em agosto termina o prazo de seis meses dado pela justiça para quem já tinha comprado passagens apenas com o cartão da Urbs.

Os novos cartões começam a ser vendidos no dia 5 de agosto, ou seja, um dia antes de os da Urbs deixarem efetivamente de valer nas linhas metropolitanas. A primeira via será de graça, e os usuários vão pagar apenas as passagens que precisam.

Já quem precisa de cartões isentos, como idosos e deficientes, terá de passar por todo um procedimento diferente. Haverá até mesmo coleta de foto, para a Comec ter um controle dentro dos ônibus.

Ainda segundo a Coordenação da Região Metropolitana, o novo sistema de bilhetagem eletrônica está sendo bancado exclusivamente pelas empresas que operam o transporte. Teoricamente, não haverá custo algum para os passageiros. Cerca de 460 mil pessoas são transportadas diariamente entre a região metropolitana e a capital.

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Assessoria da Câmara Municipal de Curitiba

Prefeitura de Curitiba esclarece alterações operacionais na RIT

Em resposta a pedido de informações do vereador Tico Kuzma (PROS) (062.00183.2015), a Prefeitura de Curitiba informou que “não houve desintegração do sistema operacional [do transporte coletivo]. O que ocorreu foi a separação financeira do sistema urbano e do metropolitano”. De acordo com a Urbs, os passageiros que embarcam ou desembarcam em terminais ou estações-tubo da capital continuam usando o serviço sem pagar nova tarifa, que continua a ter valor único na cidade.

Segundo o Executivo, a cidade se esforça em oferecer alternativas para atender aos passageiros metropolitanos. “A Urbs buscou, com reiterados apelos ao governo estadual, manter a situação anterior. Mas a separação financeira foi necessária em função da não renovação, pelo Estado, do convênio que permitia à Urbs gerenciar e fiscalizar o transporte metropolitano. Sem isto, a Urbs fica legalmente impedida de atuar no transporte metropolitano, restringindo sua atuação ao município de Curitiba.”

No entanto, a Urbs reitera que a Comec (Coordenação da Região Metropolitana de Curitiba) realizou alterações operacionais no sistema metropolitano ao reduzir a extensão de algumas linhas. Por isso, foi necessária a extensão de alguns trajetos dos ligeirinhos, para atender usuários e garantir a integração. Um dos exemplos é a linha Colombo/CIC, que passou a ter como fim o Terminal Cabral. No entanto, entrou em operação a linha Cabral/CIC, que complementa o trajeto. Outra alteração é do itinerário do ônibus Barreirinha/São José, que foi dividido entre São José dos Pinhais/Boqueirão, criando assim outras duas linhas: Barreirinha/Guadalupe e Boqueirão/Centro Cívico.

Em relação ao sistema metropolitano, a prefeitura afirma que a Comec decidiu pela redução de trajeto e mudança de nomes nas linhas diretas Araucária/Curitiba, que agora vai até o terminal do Capão Raso; e a linha Campo Largo, que chega somente até o terminal do Campina do Siqueira. O órgão metropolitano também passou a não mais aceitar o cartão transporte da Urbs, cujos recursos seguem automaticamente para o Fundo de Urbanização de Curitiba (FUC). O cartão exigido para a região metropolitana é o Metrocard.

“O município de Curitiba mantém a firma disposição de garantir a integração operacional do sistema metropolitano em Curitiba, apesar da separação financeira. Tratamos de garantir o equilíbrio econômico-financeiro da RIT que não pode arcar com os custos do transporte metropolitano o que, fatalmente, pesaria para o usuário e comprometeria a oferta do serviço”, finaliza a Urbs, no ofício enviado à Câmara Municipal (313/2015-EM/GTL).

 

 

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2 ideias sobre “Catraca que sujou em Brasília vai operar na Região Metropolitana de Curitiba

  1. Oto Lindenbrock Neto

    Será que a empresa suspeita tem a indicação do parente distante de alguém?

  2. Clint Eastwood

    Mas será que a empresa dos donos da Gol e do Expresso Maringá não aprendeu a fazer a coisa certa? Numa destas eles não se metem a fazer as besteiras que fizeram em Brasília. Ou podem ter aperfeiçoado o método, aí vão roubar e nós nem vamos ficar sabendo.

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