12:11

E a Gazetona foi na goela dos deputados da oposição que estão apresentando espetáculo de horror em circo mambembe com a história do reajuste dos funcionários públicos. O título do editorial de hoje traduz o tamanho da porretada: “O custo do oportunismo”. Confiram:

O custo do oportunismo

Usar recursos previstos em regimento para desmanchar acordos duramente costurados, apenas com o objetivo de salvaguardar a imagem de alguns deputados perante os servidores estaduais, prejudica os próprios trabalhadores

O Paraná inteiro sabe o quanto custou o acordo para se votar o projeto de lei que concederia aumento de 3,45% aos servidores públicos do estado. O reajuste acertado deveria ser o capítulo final de uma novela iniciada no começo do ano e que envolve o esforço fiscal do estado para colocar em ordem suas contas, a greve dos professores e de várias outras categorias de servidores, a invasão do plenário da Assembleia Legislativa para impedir a votação de um projeto sobre a Paranaprevidência, e o tristíssimo episódio de 29 de abril, em que confronto entre polícia e professores deixou mais de 200 feridos. O estado inteiro – não apenas os servidores, mas também aqueles que deles dependem, como os alunos da rede estadual – sofreu, e esperava-se que, uma vez acertados os termos do reajuste salarial, seria possível retomar a normalidade.

No começo de junho, governo estadual, deputados da base de apoio, da oposição e sindicatos dos servidores concordaram com um aumento de 3,45% em outubro, seguido por novos reajustes em janeiro de 2016, janeiro e maio de 2017 e maio de 2018, sempre levando em consideração a inflação dos períodos correspondentes. Os professores da rede estadual encerraram a greve, na expectativa de que a Assembleia aprovasse o aumento. O substitutivo foi enviado pelo governo no dia 8; o projeto de lei passou pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Alep no dia 9; e, no dia 10, foi aprovado pelo plenário em primeiro turno.

Mas, na votação em segundo turno, na segunda-feira, dia 15, deputados da oposição resolveram incluir no projeto uma emenda que colocava por água abaixo tudo o que havia sido acertado anteriormente: em vez dos 3,45% em outubro, previa aumento de 8,17% retroativo a maio e a ser pago já na folha de junho. Com isso, eles forçaram a devolução do projeto à CCJ – na prática, todo o trâmite terá de ser reiniciado, adiando ainda mais uma definição que a sociedade paranaense já dava como certa. Na quarta-feira, dia 17, a CCJ rejeitou a emenda, mas a oposição pode apresentar recursos que levarão a votação final a ocorrer só em julho.

Deputados da base aliada desabafaram, e não há como lhes tirar a razão. “Infelizmente, é dessa forma que a oposição conduz seus posicionamentos. Eles não cumprem com a palavra, que aqui sempre valeu mais do que o está escrito”, disse o presidente da Alep, Ademar Traiano. “Muito provavelmente teremos de fazer reuniões com gravações para que todos se lembrem exatamente qual foi o papel de cada um na construção deste acordo”, afirmou o relator do projeto de lei do reajuste, o peemedebista Luiz Cláudio Romanelli.

É claro que o Legislativo precisa prever meios para que grupos minoritários sejam ouvidos e tenham seus pleitos pelo menos levados em consideração sem que sejam esmagados pela maioria. Mas usar esses recursos para desmanchar acordos duramente costurados, apenas com o objetivo de salvaguardar a imagem de alguns deputados perante os servidores estaduais, é uma atitude puramente oportunista. Pior: prejudica os próprios trabalhadores, ao adiar uma definição longamente esperada sobre o reajuste. É um custo elevado demais para a mera autopromoção.

Compartilhe

Uma ideia sobre “

  1. leandro

    Pelo menos uma vez a Gazeta do Povo se posicionou em um assunto. O impressionante é que ela poderia ir mais longe ainda e nomonart ops deputados que criaram caso, pois foram os mesmo que criaram todos os demais casos nesse problema tão grave na conta dos alunos e pais.
    Do lado dos professores, não se entende que após o referido acordo o Sindicato, que tanto fez para movimentar a greve, capitalizar dividendos políticos no meio da classe, não tenha agora a coragem de vir a público e dizer com e como concordaram anteriormente e assim em assembleia da classe acabaram com a greve.
    Este comportamento de deputados que agitam tudo e qualquer oportunismo mesmo, serve para mostrar que se utilizam de categorias, e de vários setores da sociedade que acreditam nessa gente, como massa de manobra para capitalizar seus votos já que 2016 está aí.
    Até parece que aquela mordida do bitbul não foi em vão e poderia morder mais alguns.

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.