15:43A turma de branco

Um amigo do blog leu a reportagem da Folhona que aborda a frieza dos médicos na relação com os pacientes. Ele deu risada e foi mais fundo. Acha que os doutores de branco se equivalem aos da turma da capa preta que, por exercer a profissão, se acham acima do bem e do mal. Tanto que ele, com um filho estudando medicina, sempre que vê o rapaz se reunir com seus colegas em casa para estudar, sapeca: “Quando tiver a aula pra ser Deus, me convidem que eu quero assistir”.

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5 ideias sobre “A turma de branco

  1. Professor Xavier

    Parece o horror não é mesmo? Mas é assim que pensam os estudantes da nobre arte de curar. Uma formando que conheço ficou chocada ao saber que quase totalidade dos colegas de turma querem se especializar em, pago um sorvete para quem adivinhar, em cirurgia plástica ou dermatologia. E sabem porquê? Porque cuidar da vaidade rende muitíssimo mais que cuidar dos realmente precisam de cuidados. Só estamos colhendo os frutos que plantamos lá atrás, depois não reclamem que as consultas com cardiologistas, reumatologistas, oftalmologistas estão cada vez mais difíceis de conseguir.

  2. Olivio Sottomaior

    Na revista Claudia do mês passado tem uma entrevista interessante sobre SLOW MEDICINE que vem sendo elaborada por médico italiano e divulgada em revistas cientificas; nada mais é que o que se fazia no passado através de consultas mais demoradas, com análise do paciente como um todo e com visão da área psicossomática que na maioria das vezes está por trás da maioria dos sintomas. Se analisar doenças como síndrome do pânico, hipertensão arterial, diabetes, enxaqueca, gastrite, síndrome do intestino irritável, espasmo de coronária, síndrome do coração partido, entre outras o stress é o responsável e para identificar a real situação o médico tem que olhar nos olhos do paciente e não no laptop. Sempre desconfie de médico com computador na mesa de consulta – é ferramenta para desviar os olhos para não ter que se envolver profundamente com as queixas do paciente – e principalmente dos profissionais com consultórios muito elaborados e atrativos que utilizam destas táticas para atrair incautos e medicá-los com as famosas fórmulas ortomoleculares que não são reconhecidas pelo Conselho Federal de Medicina. Em resumo não se pode atender adequadamente em menos de 40 minutos que é o tempo necessário para uma anamnese e exame físico adequado, e os que não o fazem substituem o tempo por solicitação de exames muitas vezes desnecessários e no retorno quem atende a secretária que repassa ao médico os exames e devolve ao paciente com a receita bem elaborada com fórmulas magistrais e mágicas. Técnicas recentemente reconhecidas mas sem evidências científicas também devem ser colocadas em cheque e tomar cuidado como a homeopatia e acupuntura.

  3. José Ronaldo Goulart

    A medicina tem que ser tratada como um outro negócio qualquer e concorrer no mercado como qualquer outra área. Nada de os governos quererem fazer demagogia e tirar dividendos políticos da medicina. Só assim teremos bons serviços médicos e excelentes médicos. Qual o jovem inteligente de hoje que vai querer passar toda a juventude se matando em estudar e se aperfeiçoar para atender SUS e receber a miséria que o governo resolve pagar por seu serviço, sem nenhum plano de carreira, sem nenhuma aposentadoria garantida. Cada vez mais os jovens mais inteligentes e capacitados, que antes iriam fazer medicina, hoje passam a se dedicar a outras áreas muito mais lucrativas. Ninguém vai seguir qualquer carreira por “sacerdócio”. Todos queremos uma recompensa financeira por nosso esforço. Não venham com esta conversa fiada de que medicina tem que ser um sacerdócio que nunca foi, não é e não será. Nem o sacerdócio, nem os pastores são de graça. Cada vez as igrejas arranjam mais motivos para cobrar seus rebanhos. Tudo é dinheiro, quando isso for bem entendido, se acabarão os problemas em todas as áreas. É obvio que sempre dentro da honestidade e dos padrões éticos e com punições severas para picaretas e picaretagens.

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