19:02O confronto no Paraná foi meticulosamente planejado por extremistas e por profissionais da baderna

por Reinaldo Azevedo, na Veja online:

Ah, eu também fiquei indignado com o que vi ontem no Paraná. Busquei informações com o governo. A sequência que vai abaixo deriva dessa conversa. Os sindicalistas têm outra versão? Há vídeos, que vão ao ar daqui a pouco, indicando os métodos a que recorreram os patriotas. Insisto: que a Polícia Militar não abra mão de investigar se houve excessos. Mas não dá para mascarar o que se deu por lá.

Proteção a tucanos e prevenção contra petistas? Uma ova! Fernando Pimentel, por exemplo, aquele que condecora João Pedro Stedile, é governador de Minas. Se professores ou quaisquer outras categorias agirem como vândalos contra a sua gestão, serão criticados severamente aqui. Acontece que, curiosamente, onde o PT é governo, essas cenas de selvageria não costumam acontecer. Daqui a pouco, os vídeos.

1– Em fevereiro, o governo do Estado encaminhou à Assembleia um conjunto de medidas para restabelecer o equilíbrio das finanças estaduais, afetadas pela retração da economia e por quatro anos de discriminação ao Paraná promovida pelo governo federal, sob o comando de representantes do Estado que ocupavam postos-chave no primeiro governo Dilma Rousseff.

2– Parte dessas medidas promovia alterações no sistema de Previdência do Estado (ParanaPrevidência). Nenhuma delas coloca em risco o pagamento de pensões ou a solvência do sistema. Ao contrário. Foram pensadas para garantir a solvência, para futuras gerações, de um sistema que vai ter de absorver mais 30 mil inativos só nos próximos cinco anos.

3 – A reação da APP Sindicato foi promover uma greve, que durou 29 dias, e invadir e ocupar o plenário da Assembleia em 10 de fevereiro. Instalações foram depredadas, deputados, intimidados e impedidos de trabalhar e até de circular no prédio, exceção aberta apenas àqueles alinhados com as posições do sindicato. A Assembleia foi ocupada e impedida de funcionar até que as mensagens do governo fossem retiradas.

4 – Atendendo à reivindicação dos professores, uma nova proposta foi exaustivamente discutida por dois meses com representantes da APP Sindicato e foi reapresentada à Assembleia, onde tramitou normalmente. Quando se aproximou o momento da votação, a APP, numa clara demonstração de que seus objetivos são políticos e nada têm a ver com os legítimos interesses da categoria, resolveu apelar novamente para a violência.

5 – No sábado (25/04) anterior à semana em que a projeto de lei da ParanaPrevidência iria a votação, a APP decretou mais uma greve. Por não ter objeto, ter objetivos claramente políticos, foi declarada ilegal pelo desembargador Luiz Mateus de Lima, do Tribunal de Justiça do Paraná (TJ-PR). O magistrado ordenou a volta às aulas sob pena de multa R$ 20 mil a R$ 40 mil diários. A decisão do Judiciário foi ignorada pelo comando do Sindicato dos Professores, e a APP partiu para mais uma tentativa violenta e ilegal de imobilizar o funcionamento do Legislativo.

6 – Os antecedentes de invasão violenta e depredação da Assembleia em fevereiro levaram a Mesa Diretora da Alep a solicitar um interdito proibitório antecipando uma nova invasão APP Sindicato durante a votação  da matéria sobre a Previdência. O juiz Eduardo Lourenço Bana, do Tribunal de Justiça do Paraná, proibiu nova invasão da Assembleia “e assemelhados” e estabeleceu uma multa diária de R$ 100 mil para o caso de o sindicato turbar ou esbulhar a posse da Assembleia.

7 – O magistrado autorizou “desde já a requisição de reforço policial para cumprimento da ordem” e adiantou, no seu despacho, que “a APP-Sindicato, com o intuito de inviabilizar a votação de projeto de lei contrário aos seus interesses, pretende organizar novo cerco e invasão à Assembleia Legislativa”. O juiz justificou seu despacho com os antecedentes: “Oportuno consignar que recentemente a requerida organizou movimento similar, que culminou na invasão do prédio público, com danos materiais, tentativa de agressão a parlamentares e necessidade de intervenção judicial, com aplicação de multa e expedição de mandado de reintegração de posse”.

8 – A força policial determinada pela Justiça posicionou-se no entorno da Assembleia desde a véspera da votação, no sábado (25/04), para garantir o funcionamento do Legislativo. Indiferente à decretação da ilegalidade da greve e da proibição de invadir ou cercear o funcionamento da Assembleia, a APP promoveu o cerco das imediações da Assembleia a partir da segunda-feira (27). Várias tentativas de forçar a entrada e de cercar a Assembleia, com confronto com os policiais que estenderam cercas de segurança em torno do prédio da Alep, foram feitas já na terça-feira (28).

9 – Ontem, quarta-feira (29), antes do confronto, os professores e seus aliados radicais tomaram mais medidas arbitrárias e flagrantemente ilegais. Em uma tentativa de impedir que os deputados tivessem acesso a Assembleia, estabeleceram bloqueios em todas as ruas que davam acesso a Alep, obrigando os motoristas a permitir revistas a seus veículos, incluindo aí os porta-malas.

10 – Por volta das 15h, os professores sob o comando da APP, liderados por aliados radicalizados, que usavam máscaras antigás, portavam coquetéis molotov, bombas caseiras e estavam armados de paus e pedras, partiram para o confronto direto e violento com a Polícia Militar, que mantinha uma área de segurança, com cercas em torno da Assembleia, no cumprimento a determinação judicial de garantir o livre funcionamento do Legislativo.

11 – Embora visualmente impressionantes e chocantes, as imagens do conflito, quando encaradas objetivamente, mostram apenas policiais militares reagindo a ataques de uma multidão enfurecida e radicalizada, instigada por lideranças irresponsáveis, despreocupadas com possíveis consequências graves desse tipo de confronto. A Polícia Militar foi obrigada, para cumprir uma deliberação judicial, a tomar as medidas necessárias para conter uma turba que avançava violentamente, com o objetivo expresso de invadir a Assembleia e impedir o funcionamento de um Poder legítimo.

12 – Ninguém, a não ser os mais soturnos cultivadores da máxima do quanto pior melhor — eles existem e são bem conhecidos —, pode estar comemorando os resultados desse confronto lastimável. Por mais que todos os cidadãos de boa-fé lastimem o confronto e os feridos — tanto manifestantes como policiais —, é preciso levar em conta as alternativas. Desrespeitar a determinação judicial que garantia o livre funcionamento do Legislativo, permitir uma nova invasão da Assembleia e a paralisação dos trabalhos da Casa, tudo isso equivaleria a entregar o comando de um Poder legitimamente eleito ao arbítrio de uma categoria radicalizada, sob o comando de lideranças que perderam qualquer vestígio de equilíbrio e bom senso.

Compartilhe

15 ideias sobre “O confronto no Paraná foi meticulosamente planejado por extremistas e por profissionais da baderna

  1. Carol

    E se foi, e qualquer podia desconfiar que a oposição ia dar toda corda possível para esse embate, não é desculpa. Pior, torna o que aconteceu uma burrice maior ainda e sem fim…

  2. Célio Heitor Guimarães

    Sinto, mas devo intervir: poucas vezes li um relatório/comentário tão idiota e parcial. Parece feito pela assessoria de comunicação do governo do Estado. Então os policiais apenas reagiram ao ataque de uma multidão enfurecida?!!! Com efeito, não é o que as imagens da TV mostraram. Outra coisa que precisa ficar definitivamente clara: o Judiciário jamais determinou o cerco da Assembleia; apenas autorizou o reforço policial. Coisas bem diferentes, ainda que o menino Beto e seu fiel escudeiro Franceschini não saibam disso.

  3. Matusalem

    Agora vamos observar os comentários isentos da esquerda remunerada! Como diria o finado Boluca: quem viver verá!

  4. Zangado

    Esse artigo foi escrito com a mão direita falta a parte da mãe esquerda e depois a visão dos olhos e discriminação do intelecto …

  5. pietro

    o governo é incompetente, radical , corruptos e se acham os donos do mundo.
    fora beto kadafi, fenando f mussolini.

  6. Sergio Silvestre

    Esse imbecil é irmão do Fabio Campana,estava ali no meio dos professores e viu toda a trama ser feita.
    Que tipos nojentos não,são ou não são nojentos,direita velhaca,sem um pingo de vergonha.
    Ontem era só olhar os semblantes do deputados e fazer uma comparação,os richistas estavam com os olhos esbugalhados,pareciam em transe talvez pelo efeito do canto da sereia e o sr distinto e vago governador parecia um robô,falava mexendo só como se fosse um ventríloquo,que vergonha.

  7. Zé Beto Autor do post

    porque você não fez nenhuma comparação pelo fato de aqui ter sido publicado os textos do senador randolfe rodrigues, do psol, e do célio heitor guimarães, colaborador efetivo, sobre o assunto? se o texto é meu, pode escrever o que quiser, mas critique o que está escrito e enderece sua opinião a quem escreveu – e, se possível, coloque seu nome verdadeiro para que todos possam saber de quem é a opinião. no mais, aqui é como televisão, meu chapa: não está gostando, muda de canal ou desliga – simples assim. abraço. saúde.

  8. Raphael Junqueira

    Sr Célio, idiota foi o seu comentário!
    Mal-educado e demonstrador de ignorância.
    A que imagens o Sr se refere? As da Globo e Band que, como não poderia ser diferente, só mostram moquencos convém!
    Veja no Facebook as dezenas de imagens de manifestantes iniciando o rompimento Domenico policial.

  9. Sergio Silvestre

    Conheci pessoas que diziam ver anjos,fadas e vampiros,outros viam chifres na cabeça de cavalos,outros bolas coloridas discos voadores,o Campana,Reinaldo Azevedo,Beto Arghh Richa e muitos reaças veem Blak Bloks,petistas comunistas etc.
    Para esses caras so Freud explica.
    Mas vamos ficar em frente ao quadro negro,ou 3 agentes contra 300 presos,assentando tijolos,colhendo feijão,arroz etc mas quietinhos que logo nos trazem a ração.Cambada de calhordas.

  10. Ana

    Só quero dizer uma coisa: no fVebook de uma das líderes do movimento, Marley Fernandes, ou apenas Professora Marley, há uma foto dela com a presidente Dilma.
    Isso ainda é pouco?
    Professora Marley foi candidata a deputada federal pelo PT.

  11. TOLEDO

    Silvestre, os tempos são dos revoltados on line. Mas que o Piá de Prédio é bonitinho, é. Mas nem se compara ao Piá de Queijo. A que saudades do Tony Garcia.

  12. m.n.

    Não é à toa que essa revista tá apagando as luzes. Demitiu um bando de gente há alguns dias. Suas últimas edições são tão finas quanto gibis infantis. É bom mesmo que ela assuma o caráter panfletário que adotou há algum tempo. Assim, só compra quem for adepto das mesmas ideias.

  13. Vinhoski

    Parei de ler no item 4:

    “uma nova proposta foi exaustivamente discutida por dois meses com representantes da APP Sindicato e foi reapresentada à Assembleia, ”

    Nada tão omisso da realidade e que demonstra que o missivista desconhece os fatos realmente decorridos …

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.