6:04Justus absolvido na Ética da Assembleia

Do G1 PR

Comissão de Ética da Assembleia do Paraná absolve Nelson Justus (DEM)

Decisão unânime da comissão foi tomada nesta quinta-feira (23). Parlamentar foi denunciado pela contratação de funcionários fantasmas.

O deputado estadual Nelson Justus (DEM) foi absolvido pelo Conselho de Ética da Assembleia Legislativa do Paraná (Alep). A decisão foi tomada por unanimidade na sessão desta quinta-feira do Conselho de Ética, que ocorreu a portas fechadas. Assim, o parlamentar, que diz ser inocente, deixa de ser investigado pela Casa que presidiu entre os anos de 2007 e 2010.

Justus, que atualmente é presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), foi denunciado pelo Ministério Público por comandar um esquema de contratação de fantasmas para desviar dinheiro público, quando presidia o Legislativo. Os promotores denunciaram ainda outras 31 pessoas por peculato, formação de quadrilha, lavagem de dinheiro e falsidade ideológica.

Para o Conselho de Ética, porém, Justus não pode ser responsabilizado. A votação unânime se deu a partir de relatório elaborado pelo deputado Missionário Ricardo Arruda (PSC), que afirmou que responsabilizar Justus “não é cabível”. “Não houve uma denúncia do MP, ele só avisou que tem um processo, que já era sabido da Casa”, disse o relator.

No parecer, Arruda ainda considera que o caso já foi julgado pelo Conselho de Ética em 2010, quando também houve absolvição, e que os fatos investigados pelo MP são de outra legislatura.

Além de Arruda, fazem da Comissão de Ética da Alep o Pastor Edson Praczyk (PRB), presidente; Tião Medeiros (PTB); Anibelli Neto (PMDB) e Hussein Bakri (PSC). Com a absolvição, o relatório da comissão deve ser lido em Plenário na sessão de segunda-feira (27), mas não precisará ser votado. Após esta etapa, a presidência da Casa deverá informar ao MP da decisão de absolver Justus.

Diários Secretos A série “Diários Secretos” mostrou a contratação de funcionários fantasmas pelo Poder Legislativo do Paraná. Alguns desses, com salários de milhares de reais. Conforme as reportagens, o rombo nos cofres públicos chegou a mais de R$ 200 milhões.

As reportagens mostraram também que as nomeações de funcionários fantasmas percorriam, aparentemente, todos os trâmites normais dentro da Alep.

Desde a indicação até a publicação, tudo passava pelos diretores e pela Mesa Executiva da Casa, da qual Justus era o presidente, e do então primeiro-secretário Alexandre Curi (PMDB).

O problema estava na forma como essas nomeações eram feitas, segundo as reportagens. Muitos dos funcionários jamais compareceram na Assembleia. Germina Leal de Matos era uma dessas pessoas. Em nome dela, foram desviados cerca de R$ 3 milhões.

Apesar de todo esse dinheiro, a mulher vivia com a família em uma situação precária. Ela emprestava os documentos em troca de R$ 150 mensais. Como ela, centenas de pessoas foram envolvidas no esquema e foram “contratadas” pela Alep, sem nunca terem pisado nos corredores do Legislativo do Paraná.

As nomeações eram publicadas em Diários Oficiais da Assembleia com circulação mínima, que nunca chegavam às mãos da população.

A série de reportagem recebeu o Prêmio Esso de Jornalismo e gerou várias mudanças também na estrutura da Assembleia Legislativa. Além da publicação dos atos nos Diários, a Casa conta atualmente com um portal da transparência, que aponta todos os gastos e atos tomados pela  administração do Legislativo.

Na página, os cidadãos também podem conferir os nomes e salários de todos os servidores que atuam na Casa e até as listas de presença dos deputados que participaram das sessões convocadas.

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6 ideias sobre “Justus absolvido na Ética da Assembleia

  1. Memória de Elefante

    Que vergonha!
    Esse é o verdadeiro escárnio com o povo do Paraná. Com certeza tá todo mundo com o rabo preso. Esse Justus não se elege mais. Mas os outros também não deveriam ser reeleitos. Inclusive, devem ser monitorados e investigados. Ai tem…
    MP neles!

  2. Fausto thomaz

    E alguem achou que ia ser diferente? ” Eh paíz, deixaram seu povo faminto e infeliz…”

  3. Sergio Silvestre

    Como disse o grande Requião um dia”vamos abrir todas cadeias e soltar todos os presos que aqui fora tem delinquente adoidado soltos.

  4. Célio Heitor Guimarães

    Ontem fiz aqui um comentário sobre a indicação do ínclito dr. Fachin para o STF. Hoje, recebi uma mensagem de um leitor e amigo que, por envolver também esta nota do Zé Beto, peço licença para reproduzir a seguir, sem citar o autor. E antes de qualquer mal-entendido, alerto que há ironia no texto:
    “Pô Dr. Célio.
    Isso é o que podemos chamar de pré-julgamento.
    Só porque o cara foi pré-sabatinado pelo Renan (a ser investigado pelo S.T.F.) não quer dizer que ele não está em condições de assumir a magistratura excelsa.
    Você está fazendo com o Luiz Edison o mesmo que estão fazendo com o pobre do Vacari ‘vulgo Moch’ só porque ele mantinha estreitas relações mochilares com o Alberto Youssef. Saiba que o pobre até coroinha foi na juventude.
    Outro que foi vitima de tão odiosa prática foi o nosso preclaro e honestíssimo ex-presidente da Assembleia Legislativa, Nelson, o Justus. Ainda bem que os nossos vigilantes parlamentares representantes da bancada religiosa (um pastor e outro missionário) conseguiram restabelecer a verdade dos fatos, inocentando o pobre de todas as rasteiras e insidiosas acusações que lhe eram feitas e restabelecendo o primado do direito e da justiça.
    Imagine se a simples prática de cobrar comissão sobre o salário de funcionários cujos empregos ele próprio agenciou pode ser considerada delituosa. Veja que o parlamentar sempre teve a preocupação de amenizar o desemprego que campeia nas hostes dos serviços públicos. Tanto isso é verdade que, num esforço inaudito, ele nomeou cerca de 180 pessoas para um gabinete que só previa 18 vagas, diminuindo sensivelmente as estatísticas de desemprego no nosso pujante Estado.
    O senhor tenha, por favor, mais cuidado ao espalhar aleivosias e enxovalhar levianamente a honra e o bom nome das pessoas.”

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