Ontem o sindicato dos professores da rede estadual de ensino marcou para a próxima quarta-feira a assembleia geral que vai definir se vão encerrar a greve e iniciar o ano letivo ou não. Há uma desconfiança de que o governo do Estado não cumpra o acordado em reunião realizada nesta passada. Talvez o primeira prova que o sindicato da classe seja hoje, quando deverá entrar nas contas o pagamento dos funcionários públicos ao mês de fevereiro. O jogo é de esticar o elástico, mesmo com o recuo total e a retumbante derrota de Beto Richa, cujo tratoraço que pilotou, alimentado pelo combustível dos deputados estaduais, não só afundou como os atropelou e fez estragos múltiplos antes disso. A gigantesca foto publicada ontem na capa da Folha de S.Paulo com os milhares de manifestantes nas ruas do Centro de Curitiba certamente foi mais um prego exposto no sapato do governador, que hoje aparece no mesmo jornal  tentando dar nó em pingo d’água. Parece óbvio que a administração estadual ainda não surtou o suficiente para não cumprir o que foi prometido aos professores, que reverteram os cortes anunciados e ainda ganharam mais do que esperavam, pois aí a casa cairia totalmente. Mas os cinquenta representantes dos milhares de professores que se reuniram ontem na sede da APP e decidiram fazer a assembleia só no meio da semana que vem sabem que é preciso explorar ao máximo a vitória conseguida – que também é política porque, como é do conhecimento de qualquer pessoa mais ou menos antenada, o sindicato é braço atuante dos partidos de oposição no Paraná e de situação no país. Portanto, quanto mais estrago no outro lado, melhor. Enquanto isso, os alunos continuam em casa e os pais sem saber o que fazer enquanto a situação não se define para o caminho lógico das aulas. Resta esperar. Isso é política.

a