de Desire Dacosta
(para Arthur José)
Não Zé, não é mais tempo
Bolas, bicicletas, pandorgas
Não somos os mesmos
E nada é igual.
Seu Basílio, velho russo, já se foi.
E choje chicletes e supiros
São raros vestígios do sbor.
Não Zé, não é mais tempo
Pega ladrão na rua
“Maroteza” no quintal
Surra na bunda.
Hoje somos medo e solidão
Adolescência vazia e frágil
De um tempo veloz.
Não Zé, não é mais tempo
Domingo das matinês
Apito do trem
Banho de rio.
Hoje somos vício
Cigarros e vodka.
Hoje somos cinco minutos
Rapto no segundo
E ontem.