Do jeito que veio

No sábado passado o escultor Tony Reis recebeu, em seu ateliê, artistas, entre pintores e desenhistas convidados, para participarem da customização de doze máscaras produzidas por ele. A Escola de Samba Acadêmicos da Realeza abrigará as peças prontas em um carro abre-alas em homenagem ao carnaval curitibano e fornecerá os materiais para criação.

A iniciativa é do arquiteto Felipe Guerra, carnavalesco da escola Acadêmicos da Realeza, umas das integrantes do Grupo Especial do carnaval da cidade. Ele conta que a ideia partiu para tentar fazer mais artistas olharem para a história do evento: “Longe de sobreviver de mecenato ou se vender a marcas, o carnaval curitibano tem sobrevivido há pelo menos cinquenta anos de maneira completamente independente.”

Ele diz ainda que, ainda que o carnaval local esteja longe dos grandes centros e afastado das origens da festividade, “há pessoas e há paixão, ingredientes fundamentais para manter qualquer coisa viva” e por isso tem lutado para ajudar na sobrevivência do evento e de sua escola do coração.Para o dia de criação coletiva, as expectativas são as melhores possíveis.

“Reuniremos apaixonados pelo carnaval no ateliê do escultor Tony Reis, para customizar as máscaras que abrirão o desfile. Cada artista terá a oportunidade de imprimir uma marca autoral na história desse movimento e isso é muito bacana.”,comemora Felipe. “A ideia é dar liberdade autoral para os artistas e registrar o momento.”, comenta. No dia, também será produzido um documentário sobre a festividade e a Escola Acadêmicos da Realeza, que desde 1997 trilha seu caminho na história do movimento. As máscaras ficarão expostas na Carmesim após o desfile.

O Enredo deste ano é uma homenagem a o advogado e cartorário Fernando Guimarães, falecido em 2012. “A história de Curitiba pelas mãos de Fernando Guimarães” pretende recontar a vida do também conhecido como Fernando deOgum, criador do Terreiro do Pai Maneco.