10:20De alicate

Do Chef Pão com Vina

Com jeitão de galã de Hollywood dos anos 50 e 60, tipo Gary Cooper, o dedicado barnabé estadual gastava suas horas de folga em conquistas nos poderes Executivo e Legislativo paranaense. Um belo dia se encantou com uma loura de trinta e poucos anos, corpo bronzeado e saia com barra um pouco acima do limite prudencial. Acabaram no apartamento dela. Passados umas semanas, lá por dez e meia da manhã, ela apareceu em sua repartição. “Quero falar contigo”. Diante do olhar dos colegas ele deixou a sala e foi conversar no corredor – como que querendo esconder um ônibus atrás de um carrinho de pipoca. Ela, direta, sacou da bolsa um exame positivo de gravidez, assinado por um médico. Pediu dinheiro.  A única saída que ele teve foi marcar uma conversa para a noite. Voltou para a sua mesa, nada comentou e o expediente continuou. À noite foi para a conversa e firmemente disse que nada pagaria. Nos dias seguintes, toda manhã olhava com o canto do olho para a porta, temeroso de nova visita. O tempo foi passando. A loura sumiu. Quando finalmente esqueceu-se do assunto, uma colega, senhora conhecedora da vida, perguntou lá por volta das dez e meia da manhã: “A vagina de alicate não te perturbou mais?”

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