Do Chef Pão com Vina
Depois do Grito da Independência, Proclamação da República, criação do salário mínimo, Revolução de 64 e criação da Bolsa família, nunca foi visto neste país uma mudança igual ao que ocorreu com a prisão dos empresários envolvidos no caso Petrolão. Advogados com seus bem cortados ternos Ermenegildo Zegna – e que preferem serem chamados de tributaristas ou de especialistas em causas societárias, passaram a disputar espaços com os advogados porta de cadeia vestidos com singelos trajes da loja Só Calças. Depois de anos de faculdade ecursos de pós-graduação, frequência nos melhores restaurantes do eixo Rio – São Paulo – Brasília, a eficiência profissional foi levar para dentro do xilindró um edredom comprado na promoção da Havan da Santa Cândida. O que, convenhamos, um advogado que come bolinho de carne e toma Chocomilk em qualquer lanchonete próxima a Delegacia de Furtos e Roubos também faz.
Depois de tanta notícia sobre as falcatruas na Petrobrás, lembrei-me de uma estória do tempo do meu pai, quando as grandes obras era abrir estradas. Tinha tanto projeto e pedido dos legisladores, visando mais ganhar algum do que realmente a sua necessidade, que o ministro da época, que não recordo o nome disse: é melhor dar logo a comissão que eles vão cobrar, do que fazer a obra desnecessária. Fica mais barato. Realmente as comissões, propinas e o escambau são tão velhas como andar prá frente. E segue o baile.