de Charles Bukowski
bem, eles diziam que tudo terminaria
assim: velho. o talento perdido. tateando às cegas em busca
da palavra
ouvindo os passos
na escuridão, volto-me
para olhar atrás de mim…
ainda não, velho cão…
logo em breve.
agora
eles se sentam falando sobre
mim: “sim, acontece, ele já
era… é
triste…”
“ele nunca teve muito, não é
mesmo?”
“bem, não, mas agora…”
agora
eles celebram minha derrocada
em tavernas que há muito já não
frequento.
agora
bebo sozinho
junto a essa máquina que mal
funciona
enquanto as sombras assumem
formas
combato retirando-me
lentamente
agora
minha antiga promessa
definha
definha
agora
acendendo novos cigarros
servido mais
bebidas
tem sido um belo
combate
ainda
é.
Henry Charles Bukowski, grande poeta, alemão, grande escritor, romancista com várias obras. Este poema aqui relatado vem bem a calhar, não só pelo conteúdo mas também pelo horário que tanto o Zé Beto como seus leitores aqui estão .
Aproveito e num outro tom, não posso sequer imaginar que o grane escritor na época em que deslizou sua caneta e seus dedos na máquina de datilografia já estaria fazendo alusão ao Silvestre e deu o nome do poema a ele , uma vez que o mesmo sentou e teve um resultado não muito apreciável.