8:04O bichon frisé, a frota de equinos e as codornas

Do analista dos Planaltos 

Sem o horário político estadual, o eleitor deve estar se perguntado qual o destino de alguns personagens que foram atração durante a campanha. Especialmente os animais que ganharam notório e passageiro destaque.

É o caso do cão Hugo Henrique, que não deve estar merecendo preocupações por parte da Associação Protetora dos animais. Além de aparecer no horário nobre da TV, orgulhosamente apresentado por seu dono, o reeleito senador Álvaro Dias, o bichon frisé tem garantido veterinário, ração de primeira e visitas semanais ao pet shop nos próximos oito anos. Para ele saber como é a vida de cachorro, só assistindo o filme a Dama e o Vagabundo de Walt Disney.

Por outro lado, os cavalos Lambão e Monarca têm suas preocupações. E com muita razão. Expostos na mídia com outros equinos, estão no caminho inverso do Hugo Henrique.

Eles fizeram parte da manada que o ex-governador Roberto Requião mantinha na Granja do Canguiri e adjacências. Deram um duro danado e ficaram sem lar quando Requião, eleito senador, descobriu que não tem estábulo em anexo a Praça dos Três Poderes em Brasília. Ficaram órfãos e perambulando entre um quartel da Policia Militar e o potreiro de um empresário amigo ou de um prefeito de bom coração.

E o pior: um companheiro de infortúnio foi exposto na Boca Maldita de Curitiba na condição de acervo de um político e exemplo de malcriação do mesmo homem público. E pelo que se sabe até agora ainda ninguém se manifestou em defesa dos pobres animais que nada tem a ver com as estripulias do governador com mania de Roy Rogers.

Pelos menos alguém de bom coração deve lembrar a linhagem dos ex-cavalos de Requião. Tinha manga larga e quarto de milha. O que não deve ser confundido com o pangaré fotografado como integrante da frota equina do ex-governador. Justiça deve ser feita. A Associação de Proteção aos Amigos deve erguer uma estátua aos cavalos do Requião. Deram um duro danado e depois de abandonados suas imagens ajudaram a definir uma eleição. Nunca tantos peessedebistas deveram tanto a tão poucos cavalos.

Os cavalos devem estar se sentindo personagem do livro a Revolução dos Bichos de George Orwell.

E quem pensa que outros animais não agitam a política paranaense deve rever sua posição.

Olhando para o passado, mais precisamente para a metade da década de 70, encontramos nos anais o episódio das codornas na Câmara Municipal de Curitiba.

O presidente da Casa, vereador Donato Gulin, esticou um final de semana para caçar codornas no Rio Grande do Sul. Na volta, com o isopor cheio das aves na condição de presunto, foi parado pela polícia. Alegou que era vereador e que a caça era destinada a um jantar para o governador Jayme Canet. Não teve conversa e o assunto foi para a imprensa (nquela época ainda não se dizia foi para a mídia).

A Câmara curitibana era formada por 21 vereadores, 16 da Arena e cinco do MDB, Gulin era da Arena. O vereador Moacir Tossin (MDB), com seu espírito gozador, levou para a sessão plenária um gaiola cheia de codornas.

Um comportamento que o Hugo Henrique não aceitaria e que os cavalos de Requião certamente nada se oporiam.

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Uma ideia sobre “O bichon frisé, a frota de equinos e as codornas

  1. sergio silvestre

    Calma que ainda não chegou ao grão vizir que tem o piór destes aqui em Londrina.Calma que vamos ter muito assunto que vai estremecer a paranãããããa~como dizia o cadeia.

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