Da Folha.com Beto Richa pode ser reeleito no primeiro turno, diz Datafolha

O governador do Paraná, Beto Richa (PSDB), pode ser reeleito no primeiro turno. Pesquisa do Datafolha em parceria com a RPC TV (afiliada da TV Globo) encerrada neste sábado (4) mostra o tucano com 53% dos votos válidos.

Para ser eleito na primeira fase da votação, o candidato precisa ter 50% dos votos válidos, mais um voto.

Nessa simulação, que exclui brancos, nulos e indecisos, o senador e ex-governador Roberto Requião (PMDB) tem 32%, e a ex-ministra Gleisi Hoffmann (PT), 13%. A pesquisa tem margem de erro de dois pontos percentuais, para mais ou para menos.

	Editoria de Arte/Folhapress

Em relação ao levantamento anterior (dias 1 e 2), a vantagem de Richa para Requião recuou de 25 para 21 pontos percentuais.

Agora, somados, os concorrentes do tucano chegam a 47% dos votos.

O Datafolha também simulou um segundo turno entre Richa e Requião. Se a disputa fosse hoje, o tucano venceria (60% contra 40% dos votos válidos).

O Datafolha ouviu 1.770 eleitores, sexta (3) e sábado (4), em 50 municípios do Estado. A pesquisa foi registrada na Justiça Eleitoral com os números PR-00048/2014 e BR-01037/2014.

Caso a vantagem se confirme com vitória no primeiro turno, Richa encerrará como vitorioso uma campanha que começou complicada para ele, com a consolidação da liderança só no último mês.

CAMPANHA ACIRRADA

O tucano de 49 anos emagreceu seis quilos durante a campanha. Mesmo nesta semana, respondia assim a eleitores confiantes: “Ainda tem chão. Vamos trabalhar”.

Na pesquisa Datafolha de agosto, Richa aparecia em empate técnico com Requião. Sua rejeição era quase tão alta quanto a do peemedebista, que foi governador do Estado por três mandatos.

Requião entrou na disputa na última hora. Contrariando previsões, venceu uma convenção apertada do PMDB, que estava dividido entre sua candidatura ou apoiar a reeleição de Richa.

O senador de 73 anos tem uma verve política acentuada. Conhecido por seus discursos contundentes, adotou a frase “taca-lhe pau” como bordão e disparou críticas contra Richa e sua gestão.

A campanha ao governo do Paraná acabou polarizada entre um experiente político e um jovem governador, que, em seus quatro anos de gestão, não conseguiu repetir o bom desempenho que teve como prefeito de Curitiba, entre 2005 e 2010.

CRISE

O governo do tucano enfrentou uma grave crise financeira no ano passado. Sem dinheiro em caixa, deixou de pagar fornecedores e paralisou obras. Richa, que propunha fazer um “choque de gestão”, foi acusado de incompetente e rotulado de caloteiro pela oposição. Algumas das promessas de campanha não foram cumpridas.

“Não vou jogar confete e dizer que está tudo bem”, declarou em entrevista recente ao jornal “Gazeta do Povo”.

Requião aproveitou as fragilidades do tucano. Acusou-o de promover um “apagão de gestão” e de ser “preguiçoso” e “bronzeado”. Pela internet, transmitia comentários sobre o programa eleitoral de Richa, apelidado de “ilha da fantasia”.

A briga entre os dois acabou eclipsando a ex-ministra Gleisi Hoffmann, 49, que teve ampla estrutura de campanha e era uma das apostas do PT para esta eleição. Sem sair da casa dos 10% nas pesquisas e limitada pela resistência do eleitor paranaense a seu partido, ela passou a desacreditar publicamente as pesquisas.

Na reta final, percorreu até dez municípios por dia, fazendo caminhadas e pedindo a eleitores “a oportunidade de ir ao segundo turno”.

Richa, com mais que o dobro de tempo de TV dos adversários (numa aliança de 17 partidos, tinha 8min42), passou a mostrar os programas e números da gestão. “Eu cito fontes. Posso comparar a área que quiserem”, afirmou o tucano à Folha.

Há uma semana, se licenciou do governo para se dedicar apenas à eleição. Preferiu não comentar o que acontecerá a partir desta segunda. “Vamos esperar o resultado.”

SENADO Na corrida ao Senado, o tucano Alvaro Dias deve ser reeleito para mais um mandato de oito anos. Segundo o Datafolha, ele tem 81% dos votos válidos. Os demais candidatos, somados, chegam a apenas 19%.