6:30O desânimo é geral (e compreensível)

por Célio Heitor Guimarães

Não é justo o que estão fazendo, este ano, com o eleitor paranaense. Será possível que, entre 11 milhões de habitantes, não se ache nenhuma bendita alma competente, decente, sã e descomprometida com as quadrilhas de sempre para governar o Estado? Já tivemos importância política no cenário nacional – está certo, nunca foi aqueeeeeela importância, mas houve, um dia, homens de respeito, conteúdo, habilidade e probidade que podíamos chamar de gente nossa. Com certeza ainda há muitos, a grande maioria dos filhos (nascidos ou não aqui) dos pinheirais. Só que não querem saber da danada da política e dos ditos cargos eletivos. É compreensível? É. Mas também lamentável, quase desesperador.

Não me pergunte, leitor, em quem votar para governador do Paraná no pleito que se avizinha. Eu não saberia responder. Sei, porém, que as principais opções são terríveis. E os motivos são bem conhecidos daqueles com um mínimo de informação e de discernimento. Como escolher entre um mancebo imaturo, vaidoso e desprovido de aptidão administrativa, capaz de quebrar a economia estadual; um cidadão com evidente transtorno de comportamento, prepotente e arrogante, que se julga a santidade encarnada, veste-se de Zorro mas age como o Sgto. Garcia e faz graça com a responsabilidade; e uma senhora com feição de menina, voz mansa e um discurso engana-eleitor, sem obra ou biografia (sim, esteve em Itaipu, da qual apeou com 41 mil pilas no bolso e elegeu-se senadora da República, ainda que tenha passado o tempo prestando serviço na cozinha da “presidenta”), mas com graduação, mestrado e doutorado na pior escola de política desta Nação nos últimos tempos, o Instituto Petista do Poder Eterno a Qualquer Custo? Onde anda, Osmar Dias? Cadê você, Gustavo? Socorro, doutor Ulysses!!!

O quadro é tão triste que nem parece época de eleição, tamanho é o desinteresse do eleitor. Em Curitiba, esta deverá ser a disputa mais bola murcha dos últimos cem anos. Não fossem aqueles horários políticos obrigatórios no rádio e na TV, que ninguém ouve ou vê, pareceria ser um setembro comum de um ano qualquer. Nem mesmo a antiga panfletagem nas esquinas e a barulheira infernal na Boca Maldita, em Santa Felicidade e nos arredores existem mais – graças a Deus! Os candidatos parecem ter vergonha dessa condição e preferem agir às escondidas. E o eleitor? Este coitado há muito perdeu – se me permitem o termo – o tesão. E Beto, Requião, Gleisi, FHC, Lula e Dilma têm tudo a ver com isso.

Fazer política, representar a população, participar da administração pública, traçar os caminhos do Estado e da Nação deveriam ser, além de importante, no mínimo, coisas sérias. A serem exercidas por gente realmente séria, com propósitos sérios e muita vocação para isso. Só deveriam, como se sabe.

O desencanto da população é evidente e isso é grave porque leva à desesperança e à desconfiança das instituições. E os imbecis não enxergam isso! A mentira e a patifaria cansam, a ilusão acaba, a falta de vergonha e o apetite insaciável de vantagem ilícitas e de poder geram revolta. O Paraná e o Brasil não merecem isso.

Menos de vinte dias nos separam das eleições deste ano. O povo deverá escolher o novo (novo?) presidente da República, os novos (novos?) deputados federais e estaduais, um novo (novo?) senador e os novos (novos?) governadores dos Estados. Aqui no Paraná, por exemplo, há quem diga, sem nenhum entusiasmo:

– Pois é, vai haver eleição. Parece que o Beto e o Requião são outra vez candidatos. E tem também aquela loirinha… Como é mesmo o nome dela?…

Compartilhe

6 ideias sobre “O desânimo é geral (e compreensível)

  1. Joaquim Souza Franco

    Uma tristeza o quadro paranaense nestas eleições. Entre votar num jovem arrogante, um senador senil e uma personagem do Monteiro Lobato (Narizinho), prefiro nem sair de casa no domingo 5 de outubro. Mas como é obrigatório, farei meu voto de protesto sufragando um candidato nanico, sem chances de vencer, mas com muito mais caráter para ser reverenciado por mim.

  2. Fausto Thomaz

    Bom Tanso, cada povo tem o governo que merece…nós aqui tmbm não temos escolhas, só os personagens que o Joaquim Franco falou….só acho que Barbie das Araucárias é melhor que a narizinho.

  3. Professor Xavier

    Caro Célio, tirou as palavras da minha boca. A res publica é minha e ninguém tasca, assim é o pensamento de todo político, vamos patrimonializar o que é do povo, venha mim o vosso reino. E o resto que se dane.

  4. Parede de taipa neles

    Gente seria não se mete em política?
    Por isso tanto Bispo, Padre, pastor, irmãs, freiras, Missionário, coroinha, maçon, Leão e Rotariano, além de Bandeirantes e Escoteiros na Política? Querendo ser eleito?
    Professor e Professoras?
    Palhaços e comediantes?
    Artistas e jogadores?
    Celebridades?
    Por isso?
    Por que não prestam ou porque são imprestáveis?
    Poupe-nos de bobagens.
    Democracia é uma pá de barro e duas de b…a, para fazer a parede de taipa.

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.