7:21Na máquina de fazer doido

Houve um tempo em que a televisão era chamada de “máquina de fazer doido”. Não havia o horário gratuito de propaganda política. Hoje, pode-se dizer, que o que vemos na telinha, na apresentação dos candidatos, ao custo de milhões e milhões, é um bando batendo palmas para palhaço dançar. A cada dois anos repete-se a empulhação generalizada e os principais protagonistas fazem isso como se fossem as pessoas mais sérias dessa terra. Há um descolamento total da realidade e ninguém informa quem foram os autores do roteiro surreal, ou seja, os atores que ali aparecem assumem o que falam, o que mostram e, atrás das câmaras, marqueteiros pagos a peso de diamante devem se encher de orgulho do que apresentam – e recebem elogios, tapinhas nas costas e a certeza de que serão disputados a tapa para a próxima empulhação. O Brasil apresentado por quem continuar no poder é uma potência mundial. A Saúde e a Educação públicas são de altíssima qualidade e o que se vê nos jornais, nas reportagens dos telejornais diariamente, isso sim parece coisa que acontece em alhures do sul, só para relembrar o nosso querido e saudoso Manoel Carlos Karam. Os que não estão no poder tascam em cima disso, e prometem o Nirvana, não o grupo de rock, assim que ocuparem o lugar do outro. Não falam como, porque isso vão ver depois – e o depois é sempre a mesma coisa neste moto perpétuo de incompetência e abuso da paciência da ninguenzada. Essa, por bovinidade congênita, ignorância total, falta de senso crítico, vai levando conforme Deus quer – e vota normalmente em quem se apresenta com a melhor embalagem, que pode ser a figura do bonitão de sorriso branco ou o aloprado que diz que peita tudo nem que para isso se abrace ao capeta. Nenhum desses personagens de ficção defende o fim da obrigatoriedade do voto. É que perderiam o público de palhaços que fazem dançar batendo palmas.

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