9:33Cadê o bolivarianismo?

Na Boca Maldita tem muita gente perguntando onde o senador Roberto Requião (PMDB) escondeu sua apologia ao bolivarianismo no geral e a idolatria ao falecido Hugo Chávez no particular. Nesta campanha em que tenta ser governador pela quarta vez não houve nenhum pio a respeito. Agora que o presidente Nicolas Maduro quer transformar o seu antecessor em Deus (ler abaixo) na Venezuela, indaga-se se não seria um bom mote de campanha para o senador, que um dia ficou todo cheio ao ficar ao lado do líder e ouvir ele proferir palavrões no palco do Teatro Guaíra. Requião já disse que faz aliança até com o Diabo para ganhar eleição. Agora poderia fazer aliança com o Deus venezuelano. Quem sabe, assim, reverte o quadro que as pesquisas teimam em deixá-lo nervoso. 

 

 

 

Herdeiros de Chávez tentam transformar seu legado em religião

FEDERICO FINCHELSTEIN
ESPECIAL PARA A FOLHA

Passado mais de um ano da morte de Hugo Chávez, o populismo venezuelano tenta santificar seu mito apresentando-o como um Deus.

Esta semana, numa reunião da qual participou o presidente e sucessor de Chávez, Nicolás Maduro, foi lida a “oração do delegado”, que roga ao falecido comandante: “Dá-nos hoje tua luz para que nos guie a cada dia, não nos deixa cair na tentação do capitalismo, mas livra-nos do mal da oligarquia, do delito do contrabando, porque nossa é a pátria, a paz e a vida. Pelos séculos dos séculos, amém. Viva Chávez.”

Terá o chavismo virado religião?

O mito sacralizante ajuda a explicar uma lógica populista que às vezes parece difícil de entender se é vista fora de seu aparato ideológico. O populismo é uma teologia política. Faz da linguagem política linguagem religiosa.

A passagem do Estado secular para um Estado em que predomina uma liderança de tipo religioso é uma característica da história do populismo na América Latina.

O coronel argentino Juan Perón foi o primeiro a inaugurar a série de argumentos sagrados para pensar a política de massas na democracia.

Chávez atualizou e muitas vezes radicalizou esse legado continental. Depois de sua morte, Maduro começou a falar em “aparições” de Chávez no corpo de pássaros.

No populismo a aceitação popular do argumento do líder não se sustenta na lógica, mas na fé.

Mas o que acontece quando esse líder, esse Deus político, chega ao seu fim biológico? Ou seja, o que acontece quando o “eleito” morre?

Pode o mito tirá-lo da história profana e apresentá-lo como um herói mitológico ou até um Deus? A resposta varia em nosso continente.

Na Argentina, a morte de Néstor Kirchner fez crescer a mitologia política do populismo argentino, por meio da constante colocação em cena da figura espectral do ausente e também da de sua viúva, a presidente Cristina.

A identificação religiosa entre a figura fantasmagórica de Kirchner e a constante atualização de sua ausência, com repetições sacralizantes de seu nome, de sua figura e das vestimentas negras e enlutadas que sua viúva usava até pouco tempo atrás, foram peculiares do caso argentino.

Talvez o populismo argentino seja o único que tenha conseguido fazer passar, no imaginário de seus líderes e seguidores, as dimensões mágicas de um líder a outro em um período consecutivo.

Veremos em breve se os herdeiros de Chávez terão o mesmo sucesso nesse terreno, mais além dos esforços de Maduro para endeusar o ausente com orações, pássaros e metáforas religiosas.

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5 ideias sobre “Cadê o bolivarianismo?

  1. sergio silvestre

    Ora ,se o Beto Richa está tão tranquilo a respeito das pesquisas então não tem que despejar só aqui em Londrina,centenas de veículos com placas de Curitiba,locadas por seus contatos obscuros ai na cidade e com certeza serão locadas a peso de ouro caso volte ao governo.
    Esse papo de bolivarismo,chavismo e o linguajar aplicado e afiado pelos descontentes e até alguns que perderam verbas e benesses de governos que não gostam que o Brasil invista em paises pobres ,até para sobrar dinheiro para negociatas como as privatizações e contratos com a Siemens,chevron etc.
    Esses xingamentos da direita raivosa,leva a crer que não suportam mais 4 anos de governo que procura dar mais renda para o pobre e que está cansado de pagar 100 reais para uma diarista exibida que vem trabalhar na minha casa de carro.
    Noto também que muitos que ganham muito dinheiro em arras de comunicação,estão sentindo na pele desde já um governo Requião que cá entre nós é mais moderado quando é dar centenas de milhões em propaganda.
    Tanto que faz de um blogueiro e duble de articulista politico como o Fabio Campana,acabar de vez com algum comentario desfavoravel ao GOVERNO QUE DEVE REGAR SEU BLOG COM VERBAS GENEROSAS.
    Assim os governos bolivarianos e chavistas que a direita raivosa tenta impor em mentes com QI abaixo da média pode até funcionar,mas não por muito tempo,e falta dois meses para um segundo turno de arrepiar os pentelhos dos governistas.

  2. Oto Lindenbrock Neto

    Serio o caso de perguntar também onde anda o saudoso “Choque de Gestão” que permite que o Mad Req tenha quase 30% de intenções de votos na insuspeitíssima pesquisa Ibope? Aquele famoso instituto que errou feio os resultados na véspera das última eleições em Curitiba, Londrina e Foz? Se o bolivarianismo requianico está vivo é por que o modernismo de boutique do sr. Beto é incolor, insípido e inodoro. Já repeti “n” vezes neste blog: o sr. Beto é o maior cabo eleitoral do sr. Requião.

  3. leandro

    Ainda bem e que sorte a tua Zé Beto, não tem grana do Governo para patrocinar teu blog, isso mostra a isenção das postagens e de alguns comentários, outros são completamente passionais, mas o espaço no blog dá a oportunidade das pessoas apresentarem suas opiniões até puxando o saco.

  4. jar

    Hugo Chaves já foi e já era. Nicolas Maduro , já está caindo de tão maduro já apodreceu, assim o tal “bolivarismo” é e sempre foi conversa para boi dormir e enganar a população que nem compra nada em mercados e onde o Brasil exportou até papel higiênico em grande quantidade para limpar as cagadas do chavismo e desta feita falta papel aqui no Brasil para limpar as cagadas do nosso, do governo, porque meu não é.

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