13:48Os presentes do Célio Heitor Guimarães

O Célio Heitor Guimarães é como o signatário: tem aversão ao nheco-nheco do dia do próprio aniversário. Se pudesse, colocaria uma placa para o mundo todo ver com os dizeres: “Esqueçam que eu existo! Pelo menos hoje!” Acho que é por isso que ele nos presenteia com sua sabedoria nos textos que, aleluia!, este espaço tem a honra de publicar. Este não foi o primeiro presente que ele me deu. Seu filho, o Cadu, hoje editor do Globo Esporte local, trabalhou comigo no Jornal do Estado. Era repórter, menino do bem que um dia me telefonou para perguntar se o blog tinha interesse em publicar os artigos do pai. O Célio eu conhecia da coluna que escrevia no extinto O Estado do Paraná. Por isso agradeci e ele entrou. Parece que se sentiu bem e, além dos textos sobre política, revelou seu conhecimento absurdo do mundo das histórias em quadrinhos. Para arrematar, de vez em quando ainda envia uma fotos e, inseguro como todos os que têm autocrítica exacerbada, às vezes diz que vai parar de mandar as imagens porque algumas delas não são publicadas. E elas, as imagens, guardadas com carinho no arquivo, esperando a hora… O último presente dele foi o segundo exemplar da tiragem de dois exemplares do livro “O homem que tem um caso de amor com a vida”, uma coletânea de aforismos, parábolas e metáforas do mestre Rubem Alves que ele selecionou com a dedicação de quem dá importância ao que interessa nessa vida. Na verdade, como já escrevi para ele, o Rubem Alves passeava pela minha alma nas citações dos textos do próprio Célio, nas reportagens que li e vi sobre o grande ser humano, mas entrou definitivamente há pouco tempo, depois que encantou, porque era a hora – e não perguntem por quê. Esse é meu presente para o Célio, ou seja, o fato de ele ter me dado este presente do conhecimento. Acho até que, por isso mesmo, todo dia deveria ser aniversário do Célio. E, pensando bem, é. Por isso, seria bom demais que ele nos presenteasse diariamente com sua sabedoria e experiência de uma vida vivida do jeito que deve ser. Parabéns. Saúde. Amém.

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3 ideias sobre “Os presentes do Célio Heitor Guimarães

  1. Célio Heitor Guimarães

    Só você é capaz dessas coisas, mestre Zé. E me deixa numa baita angústia: não sei se agradeço a inusitada manifestação de carinho e amizade ou o destrato por haver exposto publicamente este velhinho arisco a exposições. Opto pela primeira alternativa porque aprendi com o nosso (agora, ele é nosso, como você bem diz) Rubem Alves que “há gestos de amizade que não podem ser rejeitados”. Fiquei comovido, grande ZB. Não apenas por não estar habituado a tais considerações de apreço, mas especialmente por terem vindo de quem vieram. Cruzar com você foi uma das grandes alegrias da minha vida. E aconteceu no momento certo. Amigos sempre fomos, mesmo quando não nos conhecíamos, porque, como também dizia a Rubem, “a experiência da amizade tem suas raízes fora do tempo, na eternidade”. Obrigado, irmão.

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