por Ruy Castro
Sempre que o acaso entra em cena e altera o destino de um presidenciável –como o acidente aéreo que matou o candidato Eduardo Campos–, dois nomes me vêm à cabeça: Carlos Lacerda e Leonel Brizola. Na década de 60, eram o avesso um do outro e se odiavam, mas tinham muito em comum: não sabiam o que era medo, dedicaram a vida a uma futura Presidência da República e por esta correram todos os riscos pessoais e políticos. Nenhum dos dois a conseguiu.
Lacerda foi vítima de sua própria astúcia. Levou décadas catequizando os militares para intervir e, assim que eles se viram no trono, em 1964, puxaram-lhe o tapete. Imagino seus últimos 13 anos de vida, até 1977, tendo de sujeitar-se ao rodízio de generais, alguns dos quais, no passado, o admiravam mais do que ao Duque de Caxias.
Para Brizola, foi pior ainda: sobreviveu à derrocada de 1964 e voltou por cima em 1979, mas seu voo era curto para Brasília. Até sua morte, em 2004, viu a cadeira ser ocupada por Sarney, Collor, Itamar, Fernando Henrique e Lula, dois dos quais, Sarney e Itamar, tiveram a Presidência atirada em seus colos sem precisar fazer nada –nem mesmo sonhar com ela. Aliás, seu próprio cunhado, João Goulart, era outro que, com a renúncia do titular, Jânio Quadros, herdara o cargo –para o qual não tinha o menor gosto ou aptidão.
Sem falar em Juscelino, que, embora pudesse achar-se realizado por seu tempo no cargo, queria um repeteco (em 1965) e teve essa aspiração abortada pelo golpe militar. Golpe que ele apoiou (a contragosto) e que o destruiu do mesmo jeito.
Eduardo Campos sonhava com a Presidência desde que nasceu. Muito natural, sabendo-se que seu avô, Miguel Arraes, apesar das amarras regionais, fora um nome nacional. Com sua candidatura, Campos já voara mais longe que o avô. Mas o avião o traiu.
*Publicado na Folha de S.Paulo
JK nada fez para ajudar a eleger seu sucessor. Queria mesmo que a oposição ganhasse, pois ele, JK, com a construção de Brasília, entregaria um país quebrado, endividado. Se seu partido, o PSD, ganhasse a eleição, faria um governo ruim e dificultaria a volta de JK em 1965. Por isso, apoiou o general Henrique Teixeira Lott, cuja derrota era mais do que previsível (Jânio Quadros se elegeu). Não se fala muito nisso, mas a nossa desgraça — iniciada com a eleição e renúncia de Jânio, a posse do vice, Jango, e depois o golpe militar de 1964 — se deve, principalmente, às ambições de JK.
Se politico mineiro fosse bom Minas não teria a MISERIA de um maranhão dos Sarneis.
Minas deu uma melhorada com o Brasil em ação do governo Lula que despejou dinheiro para dar um pouco de alento ali na região de Montes Claros e o Vale do Jequitinhonha.
Esse estado vive de sobrenomes e de uma ilha de prosperidade que é o triangulo mineiro e sua capital,o resto e jogado as traças e governo nenhum dali intervem.