13:39Saúde na UTI

A área da Saúde é a pior avaliada da administração Beto Richa para 41% da população, segundo o Datafolha. Há estados em piores condições. Nos oito analisados pelo instituto, o menos ruim é o Ceará, governado por Cid Gomes, com 32% do povo reclamando. O Paraná vem em seguida. Acima dele, ou seja, em piores avaliações, vêm pela ordem crescente (ver reportagem e gráfico abaixo), Rio Grande do Sul, Pernambuco, Minas Gerais, São Paulo, Rio de Janeiro e Distrito Federal, este com 60% de desaprovação. É o horror!

Saúde é a pior área do governo local nas 8 pesquisas estaduais do Datafolha

RICARDO MENDONÇA
DE SÃO PAULO

Seja em Estado grande, seja em Estado pequeno; seja com governador recente, seja com governador antigo; seja de partido mais à esquerda, seja de partido mais à direita; há uma constante nas pesquisas Datafolha recém-concluídas: a saúde sempre é, segundo a avaliação da população, a pior área da administração estadual.

Nesta semana, o instituto finalizou pesquisas de opinião em sete Estados (São Paulo, Minas, Rio, Rio Grande do Sul, Paraná, Pernambuco e Ceará) e no Distrito Federal. Juntos, esses locais concentram 63% do eleitorado brasileiro.

O percentual de eleitores que apontou a saúde como pior área variou de 32% a 60%, conforme o Estado. Em todos os governos, a liderança da saúde foi isolada, bem distante da segunda pior área (segurança/polícia, na maioria dos casos).

Com a propaganda eleitoral cada vez mais orientada por pesquisas, não é difícil prever que saúde deverá ser um dos principais assuntos dos discursos, dos debates e do horário eleitoral gratuito prestes a começar.

Há uma explicação conjuntural para a ascensão da saúde como preocupação principal dos eleitores. Com a estabilização da economia desde os anos 90 e as reduções mais recentes da pobreza e do desemprego, temas como inflação, fome e trabalho perderam posições no ranking de preocupações dos brasileiros. Quem ocupou o espaço foi a saúde.

Editoria de Arte/Folhapress

A série de pesquisas do Datafolha não deixa dúvida. Em 2003, saúde era a principal dor de cabeça para apenas 6%. Perdia para desemprego (31%), miséria (22%) e segurança (18%). Nas últimas pesquisas nacionais sobre o tema, saúde também liderou de forma isolada.

Do ponto de vista estrutural, saúde também ganhou importância. Com verbas vinculadas e atenção crescente desde a Constituição de 1988, a área aparece sempre no rol das rubricas mais robustas dos orçamentos públicos, junto com educação.

E mesmo na comparação direta com educação, saúde leva ainda duas vantagem como tema eleitoral. A primeira é que a promessa de investimento em saúde sinaliza com a geração de um benefício imediato.

Um posto de saúde construído é capaz de começar a “produzir” melhoria perceptível na saúde de seus usuários desde o primeiro dia de funcionamento, enquanto a melhoria da escolaridade dos alunos de uma escola nova só será perceptível depois de alguns anos.

O segundo fator que coloca a saúde em vantagem como tema eleitoral é o de seu alcance. Saúde diz respeito ao interesse direto de todo o eleitorado. Do mais novo ao mais velhos, todos sabem que em algum momento, qualquer momento, poderão precisar.

Já educação tem mais peso em algumas fases da vida. Pessoas já formadas e sem filhos e idosos, por exemplo, sabem que dificilmente irão precisar.

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2 ideias sobre “Saúde na UTI

  1. Zangado

    Não esqueçamos que para esse resultado contribui substancialmente o nosso Tribunal de Contas que fez de contas que o governador (e outros anteriores) tivesse uma leve reprimenda quanto à não aplicação do percentual constitucional destinado à saúde …

  2. antonio carlos

    Realmente é o horror instalado na Saúde. Mas o que me chama a atenção é o índice do DF, 60% de insatisfação. E é ali que está o grande responsável pela Saúde Pública do País, o MS. É mesmo o fim da picada.

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