8:31Marola em hora errada

A Associação dos Municípios do Paraná (AMP) resolveu prensar o Tribunal de Contas para mudar o regimento interno deste. Quer afrouxar a questão relativa a multas e à própria prestação de contas, arrematando com mudança na emissão da certidão fundamental para obtenção de empréstimos estadual e federal. Luiz Sorvos, presidente da AMP, diz que as prefeituras querem as mesmas regalias que o Estado tem, ou seja, nunca ter as contas desaprovadas, como acontece sempre. A discussão poderia ser levada a sério, principalmente nessa item em relação ao Executivo Estadual, se não fossem os motivos políticos que sempre envolvem coisas do TC, a começar pela escolha da maioria dos conselheiros. Neste caso, pergunta-se: por que os prefeitos resolveram se manifestar exatamente no período de campanha eleitoral e logo depois que o Tribunal de Contas foi alvejado pela denúncia de mutreta na licitação para construção de um novo prédio em sua sede? Os prefeitos correram à Assembleia Legislativa para pedir apoio. Hummmmmmmmmmmmm. O TC é órgão auxiliar do Legislativo, mas o regimento interno só é modificado a partir de um pedido do próprio TC, não por decreto ou lei aprovada pelos deputados. O Tribunal de Contas tem uma equipe técnica de primeiríssima qualidade e seu sistema informatizado é, talvez, o melhor entre os tribunais do país. Desde que este sistema foi implantado para agilizar a prestação de contas, centenas de cursos foram ministrados às prefeituras para que se adaptassem a fim de facilitar o trabalho de todo mundo. Aqui não se está comentando o viés político que existe, e muito, ali dentro, e onde os reis mandam e os funcionários obedecem. Mas, no geral, a prefeitura que trabalha de forma correta e segue as normas, não tem problema. É como a questão da velocidade de 60km nas ruas das cidades. Se todos andassem assim, para que radares e as posteriores reclamações sobre as multas? No jogo de pressão, como se viu ontem aqui, muitos dos que estão berrando com o megafone foram pegos pela malha do Tribunal. A discussão é válida, mas poderia ter começado, por exemplo, no início do ano. Fazer marola no meio da campanha eleitoral é se aproveitar do momento para conseguir algum tipo de vantagem que arranha ainda mais a credibilidade de todos, que já não é aquela coisa. Isso é política!

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8 ideias sobre “Marola em hora errada

  1. antonio carlos

    Sim isto é política e da mais rasteira possível. A prefeitada das cidades pequenas sabe que quem comanda o curral eleitoral é ela, aí vem coagir os deputados do Interior a apoia-los em pleito tão esdrúxulo. Anos atrás tive uma diferença com o então presidente da corte de contas, ele me contestou quando disse que a corte que ele presidia então, só servia para multar municipiozinhos. E ficou por isto mesmo. Os prefeitos de hoje fazem a mesa pergunta que eu fiz no passado, porque só nós?

  2. Petrukio

    É mentira que o Faz de Contas tenha uma boa equipe. Ou alguém crê que em concurso sério teria passado toda a parentada dos poderosos do PR?

  3. Fausto Thomaz

    IIIIhhhh Petrukio, vc deve ter uns 80 anos….ainda acha que os tempos não mudaram, muita coisa melhorou no TC, inclusive os técnicos.

  4. alberto

    Amigos vcs deveriam acompanhar mais como sao as decisoes do TC, se for prefeito e nao for da base dos politicos parentes dos conselheiros ou que nao tenham contratado as empresas de seus parentes, certamente a conta será rejeitada ainda que na mesma sessao tenha sido aprovada um prestaçao de contas com a mesma pendencia. Deve ser mesmo a rapoza cuidando do galinheiro.

  5. toledo

    Nesse papo não entro porque é uma Tribo bem especifica. Mas que deve ter aquela de criar dificuldades para oferecer facilidades em troca de um capilé, isso deve. Mas tudo com a devida discrição. E os contribuintes e fiéis seguem a vida esperando novos alentos e ventos.

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