8:22A ganância entra em campo novamente

A Gazeta do Povo informa que o “setor imobiliário” quer avançar sobre os bairros protegidos contra a construção de prédios. Em brasileiro isso quer dizer que a ganância dos poderosos que desfiguram as cidades estão pouco se lixando para o que resta de sossego dos moradores e para um mínimo de padrão estético e civilizado destas verdadeiras ilhas que existem na capital. O que o “setor” quer é erguer prédios com o máximo de andares possível e apartamentos de cômodos tão minúsculos que os moradores precisam andar de lado para não haver encontrões. Sim, em alguns locais nascerão torres para a turma do andar de cima, os que podem pagar milhões para dizer que moram no edifício tal, de nome francês e com arquitetura patética. A maioria, contudo, será provida de caixas de fósforo que custarão o trabalho de décadas para o incauto comprador. E tome lucro para os agentes destes verdadeiros assassinatos urbanos. O jornal informa que os vampiros do lucro querem atropelar a disposição do Ippuc que não pretende alterar o que ainda resta de padrão urbano nesta cidade. A conferir o que vai resultar essa briga. Se o dinheiro falar mais alto, os moradores dos bairros cobiçados que se escafedam com os bolsos cheios das moedas que receberão para enterrar parte das histórias das próprias vidas e das ruas dos bairros.

Compartilhe

7 ideias sobre “A ganância entra em campo novamente

  1. Tanso

    Sem discordar do mérito, mas acrescentando mais alguns pontos. É fato que Curitiba não pode continuar expandindo horizontalmente. Tem que haver possibilidade de verticalizar moradias em muitas áreas, caso contrário a pressão sobre áreas verdes remanescentes se tornaria insuportável. Não só sobre essas, mas também sobre áreas onde há risco de habitar, como aquelas nas planícies dos rios e encostas íngremes.

  2. toledo

    Não podia ter shoping em Curitiba, e o primeiro foi para Pinhais. Pouco tempo depois o pessoal da Sinagoga mudou o plano diretor e surgiu o Muller. No shoping do Salomão, ele usou o espaço aereo para fazer uma passarela sobre a Mateus Leme e ganhar mais dinheiro. Só quem não continuou numa boa foi o Bamerindus e o povo. Já o pessoal da Sinagoga!!!

  3. Yuri Vasconcelos

    Mais torres altas, apinhadas de famílias que pagam uma fortuna para viver com baixa qualidade de vida. Milhares de pessoas em um terreno, umas sobre as outras. Sobrecarregam o sistema viário, o de esgoto, geram sombras em edifícios e casas vizinhas, abaixam o lençol freático com subsolos para garagens. Mas tudo bem, afinal eles nos oferecem espaço gourmet, espaço mulher e pet care!

  4. cético

    Agora a prefeitura tem que vender as cotas de potencial construtivo dadas ao Petrália. As construtoras somente vão se interessar pelos títulos de potencial construtivo se puderem comprar terrenos baratinhos em zonas residenciais (mais baratos por não permitirem a construção de prédios) e construir seus aranha-céus.
    Era melhor que a prefeitura tivesse simplesmente dado o dinheiro. O custo social e urbanístico desta engenharia jurídica (vulgo picaretagem) que permitiu com que o atlético adquirisse o dinheiro necessário para a construção da arena é enorme. E ainda tem gente que insiste que não era bem público. AGORA ESTAMOS CONSTATANDO QUE NÃO EXISTE ALMOÇO GRÁTIS (TÃO POUCO FESTA GRÁTIS). Só que neste caso a população não vai pagar com dinheiro, mas com desordem urbanística, com congestionamentos, com ausência de iluminação, com redução da qualidade de vida.
    Para piorar: este custo social e urbanístico ao menos poderia ter sido utilizado pela prefeitura para a construção de algum bem público (como foi o caso da Via Verde), mas servirá apenas para pagar aqueles quatro jogos cretinos (não muito diferentes do que estamos acostumados no campeonato paranaense) ao custo de R$ 100 milhões por jogo.

  5. toledo

    Zé Beto, apareceu mais um interessado na Arena Condor. O ferro velho do BARRANCO esta de olho no teto retrátil.

  6. antonio carlos

    Este povo quer fazer valer o direito deles, afinal de contas pagaram uma grana braba para comprar o tal do “potencial construtivo” que a Arena do Trétis lhes deu. Agora é a hora da retribuição, puseram dinheiro na prefeitura do Guga, e o querem de volta. Vamos transformar a cidade em uma coisa mais horrorosa do que já está. Pobre de mim que moro no bairro mais cobiçado da cidade. E olha que quando comprei a casa onde moro zoaram a não mais de mim. Nada como um dia depois do outro. E um prédio saindo atrás do outro.

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.