por Sérgio Brandão

Tudo bem, a arbitragem foi mal, errou pelo menos em dois lances que poderiam decidir a favor do Brasil e assim a gente teria sofrido menos. Mas também não lembro de uma seleção brasileira que tenha sido montada para disputar uma Copa do Mundo e que tenha precisado ou dependido da arbitragem para ganhar alguma coisa.  Sempre foi difícil.

Em todas elas (inclusive ontem) vencemos com tudo e todos contra. Desta vez jogamos contra 22: contra chilenos, contra nós mesmos e contra a arbitragem. A nosso favor, apenas Júlio Cesar.

O jogo de ontem foi para conhecer gente que nunca se empolgou com a redonda. Quem começou a gostar de futebol na tarde de ontem estreou por um caminho perigoso, nada saudável. Daqueles de nunca mais querer ver futebol pela frente. Se você é deste time, vai voltar ao seu estado normal e acompanhar apenas de longe. Mas se você se arrepiou, perdeu o controle dos nervos, chorou junto com Júlio Cesar naquela entrevista inesquecível, seja bem vindo ao mundo do futebol. Ele é assim mesmo. É por isso que virou um grande negócio no mundo todo.

Me desculpem os corinthianos, mas somos todos – não só vocês- um bando  de loucos nesta hora. Não é possível esperar comportamento educado de gente como nós. Vamos vaiar autoridades, hinos… e depois nos arrepender. Isso é o futebol brasileiro, diferente de todo o resto.

Por enquanto, uma grande maioria ainda sabe até onde é possível ir, outros não. É a combinação de emoção, importância do espetáculo, civilidade, educação, formação… com 60 mil destes loucos dentro de um estádio. A mistura disso é algo que as vezes foge do controle.

Torcedor brasileiro é formado nos clássicos regionais, onde a vaia é arma educada e civilizada para amedrontar o adversário.

Presidente da República, hino de clube, hino nacional… fica tudo igual nesta hora… depois a vida volta ao normal.

Como dizia o meu pai “é o único folguedo que temos”. Deixa eu perder um pouco da compostura.

Quanto a violência física… esta não cabe e não se justifica em lugar nenhum. É o primeiro passo para mudar o comportamento nos estádios ou quando o assunto for futebol. Ela já não é mais tolerável e não pode mais conviver com o esporte. Isso sim precisa ser banido e ensinado, depois vem o resto.

Educação Moral e Cívica ainda não é a matéria onde tiramos 10.