8:06Tive uma ideia

por Renato Andrade*

Em Curitiba a prefeitura inaugurou uma rua para pedestres, carros e bicicletas, num congraçamento inovador de máquina-homem cujo resultado será conhecido em breve. Ou os carros serão depredados, ou atropelarão os pedestres que, por sua vez, roubarão as bicicletas, num círculo vicioso sem fim.

Chamaram-na de via lenta ou via devagar ou via do ciclista (a cacofonia é proposital)… Não fui até lá ainda e nem pretendo ir em nenhuma situação: motorista, pedestre ou pedalante. Mas a tal rua me deu uma ideia:

Pega-se uma rua qualquer, mas perto da prefeitura e do Palácio Iguaçu. Dessas abandonadinhas, com luz bruxoliante e muito lixo nas calçadas. Constrói-se ali uns 4 ou 5 painéis de vidro, desses baratos, que quebram fácil e machucam muito (não laminado, bonito ou caro). Deixa-se lá. Em seguida, solicita-se que as cidades de Nova Tebas, Marmeleiro, Castrolanda e outras que tiveram caixas eletrônicos explodidos os mandem para cá. Coloca-se na mesma rua com os vidros, depois de dar uma pintadinha e uma recauchutada barata, daquelas que nem precisa de licitação para ser feita.

Em seguida, colhem-se as lixeiras vandalizadas e destruídas. Nova pintura e nova recauchutagem. Com os orelhões a mesma coisa. Tudo isso será o mobiliário da rua.

Depois e finalmente, se dá ampla divulgação da rua e seria só esperar.

Se ela já estivesse pronta nessa segunda-feira, os jovens deserdados do testamento de Adão, os mascarados (o style é tudo) com suas mochilas Okley (que trade Mark é notícia internacional), ou seja, os novos soldados do futuro da Nação, que ontem vandalizaram o centro de Curitiba, poderiam ter sido encaminhados para o novo endereço. E pronto: eles teriam quebrado os vidros lá existentes; as agências bancárias e os caixas eletrônicos seriam novamente destruídos; as lixeiras queimadas; e os nobres baderneiros poderiam até fazer amor ali com os orelhões ou nos orelhões.

Perfeito: o bem público seria outra vez destruído, mas adredemente preparado para tanto. Isso se chama eficiência estatal.

Ah! Faltou a última ideia: o nome da rua. Essa é fácil, não é? Via Dagem ou via dos f. d. p. É só escolher.

Passar bem.

* Renato Andrade é advogado

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4 ideias sobre “Tive uma ideia

  1. jose

    Quando a turma do mst invade uma praça de pedágio os imbecis aplaudem…para onde vai o prejuízo? Sim, exatamente vai para o cálculo da tarifa…

    O mesmo acontece quando os idiotas quebram ônibus, Terminais, etc em dia de jogo.

    Os novos idiotas, os mascarados, quando depredam agencias bancárias consegue mais taxas bancárias para nós, o povão…sim, ou os imbecis acham que pobre não tem conta bancária, não paga taxas, juros, etc?

    Parabéns a todos os imbecis, vocês são a massa de manobra perfeita, obedecem ordens sem sequer pensar nas consequências mais simples…ah, muitos de vocês com certeza usam ônibus, cartão de débito, etc…

  2. sergio silvestre

    Eu tenho uma ideia diferente com os mochileiros Okley e calçados com Nike e Adidas.
    Mes de junho e Julho é muito frio em Curitiba,fingem um protesto na arena da baixada,como se tivesse uma concentração dos malacos dentro do campo,mas com toda torcida dos fanáticos já bem acomodados no estádio,com cobertores e muita comida para varar dias.
    Ai era só fechar os portões e com uma mangueira dos bombeiros jogar uma água gelada nos moleques e deixar eles umas duas noites molhados.
    Se pensarem em sair do gramado,os torcedores atleticanos com tacos de bilhar os desencorajaram.
    Dois dias nesse ambiente vai com certeza vão pensar muito quando o assunto for quebrar coisas.

  3. cetico

    Zé Beto

    O que me tornou um leitor assíduo de seu blog foi a qualidade dos textos, tanto os seus, como dos eventuais colaboradores. Esse texto não condiz com a qualidade que estou acostumado, primeiro pela total ausência de nexo (via calma, assaltos à bancos e manifestantes mascarados) segundo por estimular uma absurda “guerra” entre motoristas e ciclistas:
    “via do ciclista (a cacofonia é proposital)”. Sinceramente não sei o que a sociedade ganha com este tipo de comentário.

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