10:43O jeitinho

… A elitização dos estádios de futebol que em 2005 pôs um fim na geral no Estádio do Maracanã, dos torcedores em pé, e fez o povão ficar em pé, em cima das cadeiras, pela proibição da FIFA. Some-se a isto a reconstrução do referido templo ao custo de 1 bilhão que reduzirá a capacidade de 200 para 76 mil torcedores, segundo exigência também da FIFA, esta Esfinge misteriosa que é a encarnação do jeitinho no plano internacional…

Assim, o projeto da Copa passa a ser um novo projeto de desenvolvimento, uma (nova) utopia, colorida, verde-amarela, ufanista e transformadora cujo jeitinho fará acontecer, apesar dos prazos vencidos e vincendos, apesar da Lei de Licitações e suas modalidades, procedimentos e processos que possam gerar medidas judiciais, recursos administrativos e os rotineiros atrasos nas obras, apesar do regime jurídico do Direito Administrativo, apesar dos princípios constitucionais vigentes, em síntese: o jurídico cederá ao político, diante do jeitinho.

O projeto da Copa está para a nação, assim como a modelagem jogador de futebol bem-sucedido está para a juventude de todas as classes sociais, na alternativa do sucesso sem o implemento do estudo ou do trabalho propriamente ditos, mas no improviso da sorte.

De Claudio Henrique de Castro no livro “O Jeitinho no Direito Administrativo Brasileiro e seus efeitos no Desenvolvimento” 

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