6:49O HC, a UFPR e a acusação do reitor

Da assessoria de imprensa da UFPR

Reitor da UFPR lamenta suspensão da sessão do Coun que decidiria gestão compartilhada do HC com Ebserh e acusa manifestantes de usarem a força para impedir debate 

O reitor da UFPR (Universidade Federal do Paraná), Zaki Akel Sobrinho, lamentou a decisão da juíza substituta da 5ª Vara Federal, Giovanna Meyer, de conceder liminar a mandado de segurança que suspendeu a sessão do Conselho Universitário que apreciaria, ontem em Curitiba, a proposta de gestão compartilhada do Hospital de Clínicas do Paraná e da Maternidade Victor Ferreira do Amaral com a Ebserh (Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares). Zaki também acusou os manifestantes de coagirem conselheiros com o uso da força e se recusarem a debater o tema de forma aberta e democrática. No protesto de ontem, o grupo também bloqueou o tráfego na rua João Negrão, em frente ao local, tumultuando o trânsito, e fechou todos os quatro portões de acesso dos Correios.

“É uma pena que a Justiça não tenha ouvido o contraditório e entendido o momento grave enfrentado pela UFPR e pelo Hospital de Clínicas”, lamentou Zaki Akel Sobrinho. “A Polícia Federal teve que oferecer um veículo para que pudéssemos conduzir os conselheiros em segurança até o local da reunião porque eles foram ameaçados pelos manifestantes, como já havia acontecido na sessão anterior do Conselho Universitário, na quarta-feira (dia 4). Lamento que a estratégia deles de usar a força, a recusa ao diálogo e agora também a Justiça para impedir o debate e a reunião do Coun tenha dado resultado”, comentou.

A decisão da Justiça foi tomada acatando liminar solicitada pelo estudante Lawrence Estivalet sob o argumento de que a reunião do Conselho – realizada às 14h na sede central dos Correios do Paraná – não teria especificado o local da reunião. Isto foi necessário diante da estratégia de obstrução da reunião adotada pelos manifestantes contrários à proposta e que já havia resultado em agressões físicas e verbais aos conselheiros.

Segurança dos conselheiros

A reunião teve o apoio da direção dos Correios no Paraná e dos efetivos da Polícia Militar e Federal para garantir a integridade física e o democrático direito dos conselheiros de participar da reunião. O reitor da UFPR ainda não definiu o dia e nem a hora da próxima reunião do Conselho Universitário. “Ainda precisamos refletir com calma sobre isso para garantir a segurança dos conselheiros”, afirmou.

Ele classificou a atitude dos manifestantes como uma “bofetada na cara” dos 63 conselheiros. “Eles foram eleitos democraticamente e representam a comunidade da UFPR e todos devem ter aceso democrático ao local da reunião. Ao considerar que a reunião do Conselho Universitário é ilegítima, os manifestantes estão afrontando a sociedade paranaense e a autonomia universitária”, comentou. “Eles só defendem a democracia quando ela está do seu lado. Mas, da parte da Reitoria, continuamos insistindo em dizer que o espaço de discussão está aberto, sendo que diversos conselhos setoriais da UFPR já se manifestaram favoravelmente. Inclusive o Conselho de Administração do HC aprovou a proposta por quinze votos a nove”, comentou.

Este foi o segundo cancelamento da sessão do Conselho Universitário que analisaria a proposta de gestão compartilhada do Hospital de Clínicas e da Maternidade Victor Ferreira do Amaral com a Ebserh. A primeira havia sido marcada para às 9h do dia 4, mas foi adiada para o período da tarde diante da ameaça à segurança dos conselheiros, já que os manifestantes obstruíram a entrada do prédio da Reitoria da UFPR, onde está situada a sala do Conselho Universitário. Para esta reunião, visando garantir a transparência da decisão, o reitor da UFPR convidou integrantes do Ministério Público Federal, Ministério Público do Trabalho e Justiça do Trabalho, além de abrir espaço para as três entidades manifestarem suas posições e apresentarem seus argumentos aos conselheiros. Diante da atitude dos manifestantes, porém, para garantir a integridade física dos conselheiros, Zaki Akel Sobrinho acatou oferta da procuradora Antonia Lélia Sanches de realizar a reunião às 14h, no prédio da Procuradoria da República. No entanto, devido à decisão dos manifestantes de impedir a entrada de conselheiros no novo local, a reunião foi inviabilizada. Na saída, vários conselheiros foram agredidos física e verbalmente, como o professor Tibiriçá Kruger Moreira, que fez Boletim de Ocorrência na Polícia. Em função disso, foi marcada nova reunião, hoje, sem agendamento prévio de local, visando resguardar o direito de acesso de todos os conselheiros e manter sua integridade física

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