8:19Neymardependência

por Marcel Rizzo

Na Copa do Mundo de 1958, a lembrança é Pelé dando um chapéu em um sueco desesperado para marcar um dos gols da vitória brasileira na final sobre os donos da casa.

Mas Pelé não era o melhor jogador daquela seleção brasileira, naquela época. Era Didi. O “scratch” ainda tinha Garrincha, que entra como segundo maior jogador da história em muitas listas.

O time de 1962 perdeu Pelé, machucado. Amarildo o substituiu bem, mas naquele time ainda estava Didi, que já não era o melhor jogador da seleção. Garrincha era.

Em 1970, Pelé, agora sim, era o maior do mundo. Mas pense num time com Tostão, Rivelino e Gérson e, bom, sem Pelé seria possível vencer.

Romário era o craque, e foi decisivo, em 1994. Mas ao seu lado estava Bebeto, jogador acima da média, e o técnico Carlos Alberto Parreira montou um sistema em que a seleção ficava com a bola e a controlava, evitando que o adversário pressionasse. Talvez desse certo mesmo sem Romário.

2002 foi o ano de Ronaldo, com toda a trajetória de superação, a artilharia da Copa, mas ele não foi o melhor do Brasil naquele Mundial. Rivaldo fez um Mundial quase perfeito, embora poucos lembrem, e ainda havia Ronaldinho Gaúcho jovem aos 22 anos e jogando muita bola.

Em 2014, Neymar é o cobrador oficial de falta e pênalti, é o camisa 10, é o craque do time, o mais assediado, e não dá para imaginar o Brasil ganhando a Copa sem ele. Cruzem os dedos para que ele esteja bem durante toda a Copa.

*Publicado na Folha.com

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