7:56Fundamentalistas ao guidão

por Célio Heitor Guimarães 

Celso Nascimento, honra e glória da imprensa escrita paranaense, foi vítima, na semana que passou, de uma saraivada de desaforos dos fiéis da Igreja Universal dos Ciclistas Unidos, que, mesmo que Curitiba exploda de congestionamentos, se mantêm fiéis em seu fanatismo fundamentalista. Qual teria sido o crime do nosso bom Celso? Ora, ousou criticar a chamada Via Calma, ou seja aquela faixa vermelha deserta que os gênios do alcaide Guga resolveram esticar ao longo da Av. Sete de Setembro.

Já fui fã das bikes – que, no meu tempo, chamavam-se bicicletas – e admirador dos ciclistas. Respeitava o prof. Cael, do velho Dom Bosco, que só se locomovia na cidade sobre duas rodas. Hoje, não sou mais. Os ciclistas de Curitiba estão sendo contaminados pelos seus primos mais arrojados (e irresponsáveis), os motoqueiros, e começam a achar-se também donos das ruas e avenidas, com todos os direitos sobre os demais transeuntes, motorizados ou não.

Devagar com o andor porque o santo é de barro, já dizia o outro. A mobilidade é o atual grande desafio das cidades em todo o mundo. E a prioridade, nos tempos atuais, tirante a Holanda e Joinville, deve ser, por óbvio, o transporte coletivo. Curitiba já deu exemplo nesse sentido. Não por acaso, tenho sido levado a louvar ultimamente o sempre roliço Jaime Lerner – logo eu, que tanto o critiquei quando de sua triste passagem pelo Palácio Iguaçu. No tempo de Lerner na prefeitura, a URBS e o IPPUC planejavam. Foi ele, aliás, que criou as ciclovias. Mas no local adequado. As ciclovias são uma grande ideia e necessárias. Mas nos locais adequados, devidamente criados para tanto.

Bicicletas e motocicletas disputando espaço na via pública com automóveis, caminhões e ônibus – a “via compartilhada”, como querem os gênios do novo IPPUC – é uma loucura, como está a demonstrar o dia-a-dia. Se alguém deve ter prioridade, esse alguém é o pedestre, o cidadão que anda a pé, com suas próprias pernas. Depois dele, o transporte coletivo. Se este não cumpre a sua finalidade, não é eficiente, tarda e falha, é caro e vive superlotado, é outra conversa. Que também, não por acaso, começa e termina na sede da administração municipal.

E isso “é apenas o começo” – ameaçam os atuais planejadores da cidade. Outras Vias Calmas e outras faixas exclusivas estão por vir. O dr. Pires se ufana; os ciclistas pulam de alegria. “Foi um sonho realizado” – comemora um deles. “Meu tempo foi otimizado em 80%”. O seu, não é, cara-pálida? E o dos peles-vermelhas, que passam o tempo presos no congestionamento?

Seja como for, o que não se pode admitir é que usuários e admiradores das “magrelas”, recém chegados ao pedaço, tomem conta do espaço, passem a ditar as regras e – o pior – condenem ao apedrejamento todos aqueles que ousarem contrariá-los.

Esse papel, em nosso país – como já disse alguém com grande propriedade, creio que foi o jornalista José Roberto Guzzo –, foi arrebatado pelo PT. Seus militantes compõem, atualmente, a nova Milícia de Voluntários da Segurança Nacional, que no Haiti de François Duvalier, o Papa Doc, eram conhecidos como Tonton Macoute, força paramilitar com a função de degolar, a golpes de facões, todos aqueles que se atrevessem a criticar os donos do poder.

Ciclistas de Curitiba, uni-vos! Mas andai na linha. E não apenas na Linha Calma, mas na linha da serenidade, da fraternidade e, sobretudo, da boa educação. Deixem a impaciência, o destempero e os vitupérios por nossa conta – os condutores de veículos automotores, sempre à beira de um ataque de nervos, particularmente nesta Curitiba às portas da Copa do Mundo.

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16 ideias sobre “Fundamentalistas ao guidão

  1. leandro

    Quantas pessoas utilizam a bicicleta efetivamente como meio de transpor para a sua locomoção ao trabalho? O IPPUC tem esta resposta? Me parece ser um número diminuto em relação à população geral. Pois muito bem está descrita as razões do fanatismo na matéria deste blog em relação do Celso Nascimento. Hoje com a bandeira de dar razões somente às chamadas minorias, se cria uma situação de confronto com a maioria da população. Quem se manifesta contrário a qualquer ação das “minorias” é execrado e aviltado nos seus direitos de discordar e apresentar qualquer opinião contraditória sobre o assunto que seja apresentado por esses movimentos. Já foi dito que o povo , e aí digo a maioria mesmo não se organiza sozinho, precisa sempre de alguém que o incentive a fazer movimentos e isso o pessoal do governo é mestre, mas sempre procurando seus interesses. Mas, se fizéssemos um exercício fictício nas possíveis ações da população, somente daquela que possui automóvel, como por exemplo: Não comprar durante 6 meses nenhum veículo. Não abastecer seus automóveis 2 dias na semana ou ainda transitar em todas as ruas com a velocidade de 30 Km/H ou ainda numa situação mais radical não sair de suas casas nesses 2 dias com automóvel e aqueles que podem andar pelas ciclovias ou ciclofaixas deixando-as congestionadas de pedestres e poucos ciclistas. Claro que muitos perderão, mas o governo também perderá e muito em arrecadação de tributos. A manifestação de repúdio ao jornalista é um fato que vem se acentuando no país, onde grupos radicais e muitos incentivados por agentes públicos tomam conta da situação, para gerar a bagunça, o vandalismo, como foi feito no ano passado nas vésperas da Copa das Confederações com o movimento inicial do passe livre e depois deu no que deu. a propósito, quais foram os incentivos dados pelo governo na produção e venda das bicicletas? Quem reclama sobre o assunto não é o pobre coitado do pedreiro que se desloca ao trabalho, ´´e sim aqueles que compram uma “BIKIE” importada e querem ser politicamente corretos, desde que ninguém seja contra seus pensamentos e ações.
    Então o Celso Nascimento está correto , não há o que criticar não só na matéria mas também no direito de expressar sua opinião, coisa que para alguns e até leitores deste blog não aceitam, mas felizmente o blogueiro, jornalista Zé Beto tem deixado este espaço para aqueles que podem se manifestem, isso até que aconteça o quem se afigura por aí com relação ao controle das redes sociais, aliás é típico de um regime que se transforma dia após dia

  2. lina

    Ora, ora, me desculpe caro Célio Heitor,
    mas realmente vejo de sua parte e de outros ‘do outro lado da janela’ e sem ângulo mesmo de fazer leituras mais justas e reais, muito pouca vontade de experimentar o dia a dia da cidade e de uma geração potencializada de informações e outras vivências ambientais que querem, sim, alertar os dirigentes e ‘formadores de opinião’ que não saem do conforto de suas 4 paredes para viver o fluxo ensandecido da cidade, que há saidas.
    Fundamentalistas são e foram a vida inteira os ‘poderosos atrás de um volante’, acionando monstros de ferragens velozes contra os humanos, às vezes desprotegidos até na tenra idade, em pontos de ônibus.
    Vejam a estatística de casos de carros desgovernados por bêbados ou negligentes matando e mutilando pessoas que só estão em seus direitos de ir e vir com seus recursos básicos que são as pernas, os membros!
    Quem é fundamentalista?
    As perigozíssimas mães do ’saia de bici’ -não bike, caro Célio – que vão, 99% por falta de recurso financeiro para circular na cidade onde pagam impostos para que os motoristas tenham mais fluxo? Os movimentos de bairros, pró bice, que se multiplicam?
    Ou senhor quer que essa moçada, essas mães, fiquem plantados nos pontos de ônibus esperando os coletivos engastados entre centenas de carros, quase sempre ocupados apenas pelo motorista?
    Tomem tento, os sedentários.
    Vão a rua observar melhor como esta sendo feito o transporte de muitos profissionais liberais de atitude. E porque eles pagam impostos e resolveram brigar pelo espaço que lhes cabe na urbe, são logo taxados de terroristas por questionarem a opinião de um profissional de imprensa?
    Ah, esse jornalismo sem o repórter que mede o pulso da sociedade ‘in loco’, formando a opinião que lhes convem de imediato.
    Deixem a sociedade falar em suas diferenças, sem querer logo julga-las.
    Que saco!
    Mesmo a família toda tendo optado por não ter mais carros e só andar de bici, transporte coletivo ou a pé?
    Essa periculosidade fundamentalista me cheira a uma obediencia civil onde temos que concordar com o estabelecido, mesmo sem a lógica que a geração atual vê, só porque os dirigentes incompetentes têm que manter empregos pelo lado metalúrgico de uma industria obsoleta que ocupa espaço e mata nosso oxigênio. É mais fácil ao sistema que esses moços se comprometam em hipotecas, comprando um bólido em 60 meses, garantindo o lucro dos bancos, a deixa-los lutar para que algo mude mesmo na cabeça de quem tem caneta ou rede de comunicacão.
    Mas o jornalista, a quem respeito, disse algo quase tão bizarro quanto os que defendem os ‘peivers’, acusando o petit pavê de ser uma arma de alta periculozidade. Gente, e o metrô, que um empurrãozinho e você mata alguém sob seus trilhos? E os carros, que só avançar sobre qualquer humano é uma arma que mata em série?
    Parem de contra atacar quem esta fazendo sua parte.
    Enquanto dirigentes visam cabalar votos com quem gosta de automóvel, rasgando ruas e memórias, há sim quem esta interessado em mudar o rumo essa história, mesmo sabendo que isso não dá popularidade alguma.
    Ciclistas perigosíssimos?
    Rá!

  3. êita!!!

    Que me desculpem os ‘atretas’, mas a cidade é do pedestre. Ciclistas desta muy avacalhada cidade são mais uma ameaça aos que nasceram com pernas, pois nas ciclovias compartilhadas, se você não se desvia, pode ser atropelado por uma; as calçadas (CALÇADAS!) do centro viraram pistas pros meliantes de 2 rodas; ai de você se se encontra em uma esquina e tá vindo a passeata das “bicis”: fica lá até o último passar (quem é você pedestre?). Acidentes? Motos, bicis, carros, caminhões e ônibus. Quantos são os pedestres que se acidentam entre si? Nenhunzinho, Mas quantos são os pedestres que sofrem acidentes com tais “veículos”? Vou começar a andar de carroça, charrete e quetais. E vou exigir espaço pra mim e pro meu cavalo…rsrsrsrs

  4. leandro

    O EITA tem uma grande dose de razão no seu comentário que se encaixa em tudo que está acontecendo na cidade, mas a Dª LINA mostra mesmo a IRA que tem a sua origem na raiva, até pelo próprio nome do exercito republicano Irlandês, radicalismo, se contradiz quando fica abismada de ser tachada de fundamentalista, pois não é sói fundamentalista mas raivosa também. Garanto que ela tem uma “BIKE” das importadas e não vai ao Shopping com este meio de transporte, vai mesmo com uma mercedes das grandes e ainda para em fila dupla e usa a ciclovia, a faixa calma só para passeios e ir aos parques. Largue mão de ser radical e achar que só você tem razão. Não queira agora ditar regras junto com uma administração do triciclo.

  5. m.n.

    Essa conversa toda de bicicleta está desviando o foco do real problema no trânsito, que é a má qualidade do transporte coletivo. O uso da bicicleta é bom mas não é solução para tudo. Tem muita gente que não pode usá-la por questões físicas e até porque não tem uma. E nem se fala das pessoas com alguma dificuldade, que precisam ter sua acessibilidade garantida.
    Também não adianta culpar a isenção de impostos para a compra de carro. Para que as pessoas deixem o carro em casa nos horários comercial e de pico é preciso um transporte público de qualidade. E isso é da responsabilidade municipal e intermunicipal.

  6. jar

    Quem projetou, implantou as ciclovias foi o Prefeito Jaime Lerner, depois disso um ou outro prefeito ampliou a quilometragem desse espaço na cidade, não trazendo nenhum desconforto aos outros meios de transporte. O que se nota hoje em dia são tentativas de inovar sem usar a criatividade e competência. Nesse caso nem é só pela interrupção de parte da avenida 7 de Setembro que já anunciaram será o modelo ampliado para outras vias. Mas o que não se pode é criminalizar os proprietários de automóveis, isto porque muitos desses que manifestam opiniões contrárias ao automóvel com certeza tem um ou mais veículos e usam suas bicicletas não para ir aos empregos, pois n~]ao usam nem o ônibus. São fanfarronices de momento e o que preocupa na realidade não são as manifestações de um lado ou de outro, mas sim as respostas e soluções para os problemas de mobilidade que a administração municipal poderá dar. Não vejo a curto e médio prazo possibilidade de êxito na empreitada e espero que não seja criado mais um sistema de arrecadação de multas que neste caso terá que ser para todos os lados, não só para os automóveis.
    O IPPUC parece estar carente de cabeças pensantes que tanto fizeram para a cidade pois com tudo que está ocorrendo parece que não estão conseguindo sequer sustentar e mantes a cidade e de Curitiba como sempre gostamos.

  7. juca

    Com certeza esses adeptos das ciclovias e faixas , bicicletas e reacionários contra os veículos, são aqueles que o Ratinho chama de “cuecas de seda”. São na realidade moradores de bairros nobres que usam seus status social para se apresentarem como mobilizadores da opinião pública. Claro que os espaços precisam ser definidos, mas os ciclistas e motociclistas também precisam entender que a cidade e os espaços viários não só deles a custa de um movimento. A administração municipal precisa pensar no todo não só numa parte dos munícipes e acho que os tais ciclistas que foram chamados de “fundamentalistas” não são na realidade aqueles que utilizam suas bicicletas para meio de transporte na amplitude do termo. Muitos desse são vistos em finais de semana (quando não chove) circulando pelas tais faixas. Quantas pessoas utilizam as atuais ciclovias para transporte efetivo em substituição a outro meio de circulação? Essa resposta com a pesquisa não foi demonstrada e o IPPUC poderia dar transparência para este tópico. Quantas dessas pessoas utilizam as ciclovias das regiões norte ( Almirante Tamandaré pela marginal a ferrovia e depois pelo canal Belém e também do Boqueirão para o centro da cidade? A grande massa de funcionários públicos que congestionam os estacionamentos do Centro Cívico utilizam suas bikes? O Prefeito vai trabalhar de bicicleta? Algum Deputado, Vereador ou membro do judiciário utiliza este meio de transporte? Então não há como transferir a culpa somente para os automóveis. O poder público tem mesmo que criar mecanismo de utilização compartilhada dos meios de transporte e não simplesmente jogar para cima e deixar que o CAOS estabeleça a solução, isso é omissão de socorro ao urbanismo de uma cidade que já teve seus tempos de glória.

  8. jose

    Pobre só anda de bice, bike, magrela, camelo, etc…quando não tem carro…

    E mesmo a Joinville das bicicletas está mais para motocicletas…

  9. Roberto

    Sr Celio Guimarães,
    O sr deve ser do tempo do Getulio Vargas para achar que em Curitiba só se deve andar de
    carro ou de ônibus. Quanto atraso ! Estamos em um mundo globalizado, com vários modelos
    de mobilidade.
    Qual o mal que está fazendo para Curitiba, uma única rua ou avenida ( 7 de setembro ) ter
    a chamada via calma? O sr já pensou em quantos quilômetros tem Curitiba de ruas ou avenidas
    em que a preferencia total é o automóvel?
    Será que é dificil para estas pessoas incomodadas com a via calma, procurar uma alternativa
    para trafegar?
    É uma pena que tenha tantos Curitibanos inconformados com esta via. Deveriam no final de
    semana experimentar, e dar uma pedalada de bike também,levar os filhos, no seu caso deve
    ser os netos, pois faz bem a saúde e revigora as pernas e braços.
    Att, Roberto

  10. cetico

    Toda mudança é “dolorida” para os acomodados. E a reação às mudanças é quase inevitável. Não são um defensor da atual gestão da prefeitura, muito pelo contrario, mas tenho que reconhecer que a medida foi boa. Relacionar os congestionamentos à criação da via calma me parece insana. Da mesma forma, o transporte coletivo não sofrerá qualquer influência em razão desta via. O fato é que não podemos ficar, eternamente, tentando resolver o problema dos caros. Não adianta fazer túneis, viadutos, alargar ruas, porque em alguns anos o problema voltará. A quantos anos que as cidades só pensam no veículo e todo mundo acha normal???. NÃO SEI SE A MEDIDA FOI A MAIS ADEQUADA, TENHO MEUS TEMORES QUANTO AO COMPARTILHAMENTO DE UMA VIA POR MOTORISTAS E CICLISTAS (TALVEZ UMA VIA EXCLUSIVA PARA BICICLETAS FOSSE MELHOR). AGORA, PELO AMOR DE DEUS, VAMOS DAR UMA PEQUENA CHANCE PARA O NOVO (É INDUBITAVELMENTE UMA TENTATIVA DE INSTITUIR UM NOVO MODAL DE TRANSPORTE). DAQUI A UM ANO PODEMOS REDISCUTIR O ASSUNTO COM MAIS SERENIDADE. Neste instante acredito que as opiniões reacionárias estão surgindo mais das vísceras do que do cérebro.

  11. leandro

    A propósito, gostaria de sugerir que o ROBERTO indicasse uma alternativa para substituir o tráfego na Avenida 7 de Setembro. Lembro que está é a primeira de outras vias. Curitiba, tem cerca de 4mil k, de vias um pouco mais. Nada com Getúlio , pois naquela época não tinha tanto automóvel e de lá para cá com a indústria automobilística incrementada no pais a partir de JK a coisa so cresceu e agora mais ainda com os incentivos do governo federal. Então a alternativa é o IPPUC quem deve dar e já se pode imaginar o que os “gênios” dirão. USEM O TRANSPORTE COLETIVO ! Claro se fosse adequado como já foi tudo bem mas quem sabe lá pelo ano de 2.025 teremos o metro pronto nessa linha anunciada e até lá não compraremos mais nenhum automóvel, que sabe seja uma das alternativas.

  12. Goura

    Galera,
    mente aberta, coração sereno.
    Vejam o que afirma o próprio Lerner sobre o tema que tem lhes tirado o sono:
    https://www.youtube.com/watch?v=zVs7pZ8oXhM
    Por favor, pensem um pouco fora do automóvel, novas perspectivas podem lhes fazer bem.
    Fica a dica!!
    Ahh . . . o Lerner fala no vídeo pra colocar ciclovia na Mal Deodoro tbem!!!
    🙂

  13. Aluísio

    Que boa ideia o Goura teve de indicar o site do Lerner, que fala com autoridade de quem tem o conhecimento sobre o assunto. Estabelecer um conflito entre ciclista e pedestre e automobilista é o caminho da ignorância. Penso que todo ciclista, com eu, deve dirigir lembrando que ele atrapalha o motorista e o motorista deve dirigir lembrando que o ciclista ajuda o motorista. O ciclista deve saber que ele é mais lento e isso muitas vezes atrapalha. O motorista deve dirigir lembrando que se todo ciclista se convertesse em motorista haveria um número ainda maior de carros. Então cada um deve pensar no cado do outro. O pedestre deve lembrar que ele também quer um trânsito mais eficiente e colaborar com ambos, porque ele depende das vias como todos. Se houver via adequada para todos, todos podem passar para o grupo que toma como “errado”. Se houver transporte público melhor e via segura para ciclista, grande parte de pedestre vai arriscar virar ciclista e motorista vai arriscar virar ciclista e passageiro de ônibus e todos vão andar somente às vezes de carro, quando for estritamente mais adequado, e já não se poderá mais distinguir grupos, como os motoristas, e os ciclistas e os passageiros de ônibus, e os pedestres, porque todos estarão em todas as formas de locomoção, conforme sua necessidade do momento.
    Há gente abusada seja: ciclista, motorista e pedestre. Então não tomemos os errados por exemplo. Pensemos num acordo inteligente para todos sem bandeiras de grupos: “ciclista”, “motorista” e “pedestre”, porque nosso grupo é um só, “os da cidade Curitiba”.

  14. Aluísio

    Eu gostaria de ver uma comparação de custos, mas coisa séria, feita por engenheiro competente, do custo do metrô e o custo de pistas metálicas, construídas sobre as vias do expresso, as canaletas de ônibus, onde somente trafegassem bicicletas. Estas pistas exclusivas poderiam ser cobertas e, assim, sem cruzamentos, sem chuva, sem carros e pedestres, quantos ciclistas novos surgiriam. Milhares. Sem medo de colisão, quanta gente trocaria o carro e, em parte, a academia, pelas ciclovias seguras. Os grande territórios urbanos para estacionamentos de carros poderiam ceder lugar a bicicletas e espaços de banho e troca de roupa.
    É sonho, é delírio? Quando o Lerner quis fazer o calçadão da rua 15, foi uma tormenta de visões desastrosas sobre o fim do comércio. A obra teve de ser edificada à noite, num fim de semana, para evitar a “revolta”. Resultado, Curitiba foi imitada em toda parte. Não é hora de fazer Curitiba ser novamente imitada por meio de soluções aparentemente “delirantes”.
    Eu gostaria de ver uma comparação de custos, mas coisa séria, feita por engenheiro competente, do custo do metrô e o custo de pistas metálicas, construídas sobre as vias do expresso.

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