Entre os tucanos do andar de cima a convicção é a de que o governador Beto Richa só na se reelege se desistir da disputa. Ninguém fala isso, mesmo porque a traulitada que tomaram no quengo com a derrota de Luciano Ducci na eleição para prefeitura de Curitiba serviu para alguma coisa. Ali a filosofia é simples e direta: quem não abre a boca não toma “lá”. Como todo cuidado é pouco, a estratégia para continuar no poder está montada e funcioando, inclusive com a turma que trabalha no lado escuro da lua. O que se considera grande vantagem no ninho é que os possíveis adversários estão se esfaqueando entre eles e, principalmente, dentro do próprio campo de batalha. Resultado: os que chegarem ao combate final estarão sem sangue suficiente para fazer frente ao senhor que está no poder e seu exército. Sim, é uma teoria e, em política, tudo pode mudar em menos de 20 minutos. Apesar disso, mesmo com a chuva de dinheiro que vai cair na candidatura petista da senadora Gleisi Hoffmann, parece que o temor que existe mesmo no Palácio Iguaçu é com relação ao senador Roberto Requião. Daí os abraços e beijos com a parte do PMDB que até asas postiças de tucano já adotaram para continuar voando na província. As aves originais torcem para o ex-governador continue detonando Gleisi por conta, também, de seu ódio declarado ao ministro Paulo Bernardo, marido da senadora. Capacidade para a detonação, Requião tem de sobra. Se ele for derrotado na convenção que vai escolher o caminho do PMDB, os deputados que estão com Beto Richa acham que Requião sossega o pito e vai olhar tudo sem dar um pio lá de Brasília. Se ele ganhar, pode ajudar a tirar votos de Gleisi e a fatura ser liquidada no primeiro turno em favor de Richa, pois o eleitorado abduzido do peemedebista não teria força suficiente para levar o cacique ao ao segundo turno. Isso é política! A conferir.