6:3442% dos conselheiros dos Tribunais de Contas são denunciados na Justiça

Não funciona assim. O deputado federal Francisco Praciano, do PT do Amazonas, fez um levantamento e descobriu que 42% dos conselheiros dos Tribunais de Contas dos Estados são denunciados na Justiça, 15% já são réus em processos de corrupção e improbidade e só 25% têm formação na área contábil e de auditoria. O que prevalece nas indicações é a política. Ele fez estas revelações no Seminário Internacional de Combate à Corrupção, organizado pelo Gopac (Organização Global de Parlamentares contra a Corrupção) realizado ontem Brasília. Ao repórter Rondinelli Tomazelli, do jornal A Gazeta, de Vitória (ES), ele detalhou porque porque acha o sistema “corroído”: “80% dos conselheiros são ex-vereadores, ex-deputados, ex-governadores ou ex-secretários. É o sistema indicando o próprio fiscal, é a raposa tomando conta do galinheiro. O Executivo indica e cria um bunker, uma casamata, uma proteção”. Os tribunais de contas custam R$ 7 bilhões por ano aos cofres públicos. O conta do TC do Paraná é de R$ 300 milhões, segundo a reportagem.  “Melhor serviço prestariam se fossem todos fechados, porque, encarregados de desestimular a corrupção e a impunidade, acabam favorecendo-as”, ataca o parlamentar. O senador Alvaro Dias (PSDB) tem uma Proposta de Emenda Constitucional aprovada há 12 anos e que está parada na Câmara. Ela estabelece que haja concurso público para preencher as vagas de conselheiros. E conta uma experiência constrangedora que tem por ter indicado um conselheiro quando era governador: “Me afastei porque, toda vez que chega um processo pesado nas mãos dele, eu sou acionado para interferir politicamente”. O tucano afirma que “os tribunais viram um comitê eleitoral de políticos em fim de carreira cujo lema é não perder poder”. Ele é defensor da vitaliciedade dos concursados para preservarem a “independência”. O deputado Praciano afirma que além da precariedade do funcionamento e fiscalização, há um outro problema grave: segundo levantamento do instituto Ethos, os Estados utilizam 57% dos recursos de Saúde e Educação sem licitação. O resultado:“63% dos municípios fiscalizados por sorteio da Controladoria Geral da União (CGU) em 2013 estão desviando dinheiro dessas suas áreas”. Isso é política!

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