O senador Roberto Requião está como ele gosta. Na sexta-feira gravou uma entrevista para o canal Mercosul onde só não chamou Gleisi Hoffmann e o PT de santos. No domingo apareceu em página nobre da Folha de São Paulo em reportagem cujo título é “Contra Richa e Gleisi, Requião tenta emplacar candidatura no Paraná”. Alí, chama a dupla de possíveis adversários de “Ken e Barbie”, diz que Paulo Bernardo, marido de Gleisi, “veio das profundezas do inferno”, e afirma que Beto Richa “poderia ser um bom piloto de corridas, mas não foi um bom governador”. É o estilo Requião de ser, ou seja, no caso ele tenta erguer a candidatura puxando pelos próprios cabelos. A reportagem da Folha só não citou que ele perdeu as últimas disputas dos diretórios estadual e municipal do partido, que está dividido nas correntes que defendem o apoio a Richa (a maioria dos deputados estaduais), os que estão com Orlando Pessuti, inimigo de Requião que prega a candidatura própria dele mesmo ou uma composição com Richa (a mais provável) ou com Gleisi, e os fieis ao senador, que são minoria. Murilo Hidalgo, da Paraná Pesquisa, afirma que, sem Requião, a disputa ao governo pode ser decidida no primeiro turno, com vantagem para Beto Richa. Talvez esteja aí a principal arma de Requião para fazer barulho e se manter na crista da onda.