17:17Zacharow tenta retornar ao Evangélico

O jornalista Aroldo Murá informa que o deputado federal André Zacharow trama nos bastidores seu retorno ao comando da Sociedade Evangélica Beneficente, onde reinou por 20 anos e saiu de lá deixando um saldo negativo de R$ 260 milhões na instituição. A Polícia Federal investiga a possibilidade de ele ter utilizado recursos da entidade em campanha eleitoral. A pancada do colunista do jornal Indústria e Comércio corta mais que um bisturi. Confiram:

 

 

Zacharow, sob investigação da PF, quer voltar à SEB

Deputado André Zacharow

A rebelião do PMDB na Câmara dos Deputados domina o noticiário nacional. O deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) transformou-se num virtual líder das “oposições”, aglutinando, além de sua bancada, opositores de todos os matizes e partidos contra a até então aliada Dilma Rousseff. Cunha chegou a aliar-se a Jair Bolsonaro no seu ato rebelde, que, para muitos, “não passa de tentativa de extorsão em busca de verbas e cargos”.

2 – ZACHAROW, AGORA OPOSICIONISTA
A mim me é impossível ficar indiferente à posição assumida pelos paranaenses da Câmara na rebelião.
A grande surpresa, ao olhar a relação com o voto de nosso parlamentares, fica por conta de ver na lista dos neo-opositores o deputado André Zacharow, que até agora foi tido e havido como fidelíssimo ao Governo e ao PT.
E vinha sendo apresentado, em meios evangélicos do Paraná, como um dos maiores suportes da futura campanha de Gleisi Hoffmann ao Governo do Paraná.
Os dois têm bom relacionamento político e Gleisi sempre se disse agradecida ao apoio de Zacharow, que lhe abriu “portas” nos meios evangélicos na campanha de 2010.

3 – RECONQUISTAR FORÇAS
Os planos de Zacharow podem até ter sido interrompidos, temporariamente, em âmbito nacional. Por quanto tempo, não se sabe. Até porque ele pertence àquela grande maioria de políticos que não sabe viver distante dos governos e suas benesses (uma sina do PMDB?).
Mas o que se diz, segundo me afiançam fontes da poderosa Primeira Igreja Batista de Curitiba (Batel) é que Zacharow vem trabalhando, ainda na surdina, para tentar reconquistar a Sociedade Evangélica Beneficente (SEB), mantenedora de instituições muito valiosas para o Paraná, como o Hospital Evangélico de Curitiba (o que atende a maior clientela do SUS em Curitiba) e a FEPAR (Faculdade Evangélica do Paraná.

3 – O EVANGÉLICO É O ALVO
O interesse, apesar das notórias dificuldades enfrentadas pela atual direção da SEB, tem justificativa clara: ele pretende retomar o controle da instituição que comandou diretamente, por 20 anos, e através de prepostos. E da qual só se afastou depois de duas décadas de comando quase absolutista.
Zacharow deixou, ao sair de campo, um passivo de R$ 260 milhões, segundo auditoria feita na SEB e um quadro de desorganização caótico. Uma das “heranças” foi a médica Virgínia Soares, a quem ele e sua família eram ligados.

4 – “HERANÇA” INCLUIU VIRGÍNIA
O mais visível dessas dificuldades geradas por ele e seu grupo certamente pode ser avaliado pelas ações do Ministério Público Federal (MPF), Polícia Federal (PF) e até do STF.
O MPF, por exemplo, pediu, o ministro Celso de Mello (STF) determinou e a Polícia Federal está aprofundando neste 2014 investigações sobre uso da máquina da SEB e recursos da instituição por Zacharow em sua última campanha eleitoral.
O uso de empregados do Evangélico na campanha do Zacharow, no horário do expediente funcional, aparece nas investigações.
Aliás, o assunto foi abordado este ano pela coluna.
O que se sabe é que a PF está “trabalhando muito o assunto”, Embora, como garante-me um agente da PF/PR – “há muitos trabalhos tomando nosso tempo, como os gerados pela copa”.

5 – UM PASTOR DA VILA GUAÍRA
Embora predomine nos meios políticos ainda a antiga ideia de que há lideranças absolutas, que por todos decidem em termos de apoios políticos, o que se pode dizer é que as coisas não são mais bem assim.
Na verdade não há um universo evangélico monolítico, como aconteceu no passado, nos tempos (anos 70/80s) da família Losso, no Paraná, que chegou a ter vereador em Curitiba, deputado estadual e deputado federal, ao mesmo tempo. E por vários períodos legislativos.
Mesmo assim, sem correto assessoramento sobre esse ainda volátil “mundo evangélico – que abriga desde fundamentalistas a modernistas e grupos afinados com a Teologia da Libertação Católica – políticos de porte como Gleisi Hoffmann acreditam em nomes “que abrem portas entre os evangélicos”. Eu acho que nada têm a ver, por exemplo, batistas e os grupos de Manoel de Mello e/ou Edir Macedo, sem contar as milhares de micro igrejas que pululam Brasil afora.
Zacharow não é estudioso do fenômeno religioso, é apenas crente com liderança entre os batistas. E por isso mesmo, ele prefere trabalhar com “gente da cozinha”, quer dizer: com irmãos da mesma fé e ordem. Assim o faz, por exemplo, na medida em que vai indo a candidatura de um pastor batista, da Vila Guaíra, que quer ver na SEB.
O pastor, por acaso, é irmão do principal assessor do gabinete de Zacharow em Brasília.

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Uma ideia sobre “Zacharow tenta retornar ao Evangélico

  1. parana neto

    …..MEU DEUS….VAI VOLTAR PARA QUE!!!!!!….ELE PRECISA, ISTO SIM ,RESPONDER MIL DUVIDAS DE DESCALABRO NA APLICAÇÃO DO DINHEIRO PUBLICO…POR FAVOR!!!!!…MY GOD….
    “O BEM AMADO” DOS EVANGÉLICOS DO PARANÁ….PN.

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