14:11Baixa fluência hídrica

Do analista dos Planaltos

 

A senadora Gleisi Hoffmann (PT) disse ontem que o Brasil não sofrerá racionamento de energia elétrica. Afirmou que o país sofre apenas de “baixa fluência hídrica”. No popular, quis dizer que falta chuva. Mas este é só um dos problemas a serem resolvidos – e não é São Pedro quem vai ajudar a reduzir o risco de apagão. Há problemas estruturais e de planejamento. O consumo de energia subiu de 45 mil megawatts para 70 mil megawatts, entre 2001 – ano do apagão – e 2013. Estudo do Instituto Acende Brasil diz que o nível dos reservatórios é semelhante nas duas situações, só que o consumo cresceu a um ritmo mais acentuado do que a construção de usinas. No mês passado, 17 hidrelétricas que constavam no PAC, algumas desde 2007, foram limadas do plano nacional de energia porque a execução das obras é incerta. Muitas ainda estão no projeto e outras têm dificuldades para conseguir licença ambiental. Para suprir a falta de energia de hidrelétricas, o País deve torrar bilhões na compra de energia térmica. A conta varia de acordo com o analista, mas vai de R$ 9 bilhões até R$ 60 bilhões. O resgate da promissória, seja qual for, não virá na conta de luz, por óbvio. Para quem não lembra, a presidente Dilma anunciou no ano passado a redução das tarifas e não dirá que o povo terá que pagar a dívida que está se formando em ano eleitoral. Mas é certo que o rombo será socializado.

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