16:09Menino cidadão

por Sergio Brandão

 

Lembro  do que dizia Armando Nogueira fazia quando se deparava com o jogador de futebol comprometido com o social. Caso de alguns, mas ainda de um número muito pequeno diante da fama e do dinheiro que cerca uma elite envolvida com o futebol. Armando os chamava de CRAQUE CIDADÃO, gente como Alex, Zico, Krueger, Pelé, Falcão,  e tantos que sabem que devem devolver à sociedade um pouco do que tem. Não falo nem do dinheiro, mas da conduta, do bom exemplo, do respeito, pelas dores e dificuldades dos outros.

 

Coloco nesta lista o menino Neymar, escalado com o gesto de acolher o menino sul-africano que driblou a segurança da partida amistosa no meio da semana na Africa do Sul. O que ele fez provavelmente foi maior do que todas as doações dadas a instituições de caridade. A alegria e o sorriso que colocou no rosto do pequeno sul-africano, valeu o ingresso. Se Armando Nogueira tivesse visto a cena, certamente teria dado o título a Neymar.

 

Se a gente levar em conta todo o aparato que envolve uma partida destas, interesses, disputa por posições em plena véspera de C opa do Mundo,  Neymar teve tempo e olhos para ver a periferia da fama, dos holofotes e do compromisso que tem em jogar bem. Parou tudo para proporcionar uma das cenas mais belas do amistoso –  e quem sabe de toda a sua carreira.

 

Que garoto com pouco mais de 20 anos, como ele,  está preocupado com os mimos de uma criança tiete, em busca de fotos com o ídolo? Que garoto com todo o dinheiro que já ganhou e ainda vai ganhar, teria olhos para um desejo tão “pequeno”?  Neymar teve – por isso, é craque cidadão.

 

Inesquecível também a alegria dele em poder atender o desejo da criança. Dois sorrisos, duas crianças encantadas, maravilhando o mundo milionário da bola. A cena ganhou o Planeta e deve ter pago parte do dinheiro que o Barcelona gastou para tirar o craque do Santos.

 

Sou cada vez mais fã deste menino! Gosto dele. Tem estrela sim, além de muita luz.

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Uma ideia sobre “Menino cidadão

  1. Zangado

    Nem precisaria comentar, mas é preciso enaltecer o fato – esse pouco de intensa humanidade num muito de profunda mediocridade.

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