11:06De Jaime Lerner sobre o metrô em Curitiba: “Só sobre o meu cadáver!”

Do blog do JJ

 

“Só sobre o meu cadáver” é como renomado ex-prefeito de Curitiba, Jaime Lerner, responde a uma pergunta sobre o metrô proposto para esta cidade brasileira. Internacionalmente famoso por inventar o sistema Bus Rapid Transit sob a sua liderança em 1970. A gravidade da sua admoestação não é perdida por trás do riso deste homem baixo, rotundo, com um sorriso travesso.

O sistema Bus Rapid Transit aqui, o modelo de transporte público mais inovador desde a invenção da primeira estrada de ferro, foi adotado em 126 cidades ao redor do mundo por causa de seu sucesso de quatro décadas em Curitiba. Rápido para criar, geralmente 100 vezes mais barato de operar do que um sistema de metrô subterrâneo e uma forma comprovada para moldar o crescimento de uma cidade sustentável, o BRT, como criados e gerenciados em Curitiba, é o mais próximo de um sistema de transporte urbano perfeito como se pode imaginar.

Então não é nada menos que surpreendente para visitar esta cidade não muito longe da costa atlântica sul de São Paulo e descobrir uma proposta séria para substituir a haste central desse sistema BRT com um metrô subterrâneo, simplesmente porque a linha de BRT original seja considerada velha depois de 40 anos. “Isso iria destruir todo o sistema da cidade”, diz Lerner, observando que tudo se conecta a partir desta coluna central.“O metrô é proposto por grandes lobbies, grandes lobbies empresariais,” acusações Lerner, acrescentando que não faz sentido operacional ou financeira. No entanto, o Estado lançou esta semana 5 bilhões de reais (EUA $ 2,5 bilhões) para projetos de transporte em Curitiba,  sendo 1.8 bilhão de dólares  para o metrô.

Desde a primeira linha – o alvo de substituição por um metrô – foi instalada em 1974 sob a liderança de Lerner, o sistema BRT para esta cidade de 1,7 milhões nunca parou de expansão. Ele agora cobre a cidade com cinco linhas principais e dezenas de linhas de conexão a uma tarifa de $ 2,70 Reais (EUA $ 1,21). Uma linha norte / sul adicional está em construção na mediana de uma estrada velha que vai incluir ciclovias e plantas nativas.

Em uma conversa ampla em seu escritório Curitiba na semana passada, Lerner falou com humor e perspicácia considerável em muitas inovações esta cidade é conhecida por todo o mundo. Este edifício modesto, mas funcional e totalmente contemporânea foi concebido como primeira casa de sua família. Anos mais tarde, ele e sua esposa e filhos se mudaram para um apartamento do outro lado da rua “, porque minha esposa queria uma vista para a cidade”, diz ele, a casa tornou-se seu escritório.

 

Fonte: The Huffington Post

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9 ideias sobre “De Jaime Lerner sobre o metrô em Curitiba: “Só sobre o meu cadáver!”

  1. Carlos Eugenio Lobo

    Bus Rapid Transit é o cacete. Voce elogia porque nāo precisa usar. Vai andar de Bus Rapid Transit pra ver o que é bom pra tosse.

  2. Wagner

    Concordo com o Carlos Eugenio Lobo, o ex-prefeito elogia isso porque não precisa usar esses ônibus que se arrastam pela canaleta. O sistema deixou de ser eficiente há muito tempo. Aliás a linha verde foi projetada pelo pessoal do IPPUC os mesmos que seguem a cartilha do ex -prefeito…

  3. JAR

    Não é verdade que seguem a mesma cartilha do Jaime Lerner, isso só acontece aos inteligentes, coisa que já está em falta na Prefeitura.

  4. zangado

    Sim e não. O BRT foi transformado num sistema de transportar quantidades e não de transportar com qualidade. A razão disso pode estar nos contratos de transporte e na incúria dos órgãos municipais em favorecer a qualidade de vida da população que usa o sistema. O metrô é altamente discutível porque, além de tudo, não resolve o problema da mobilidade com extensão e qualidade no tempo e espaço que se espera. Ficará sempre – sempre – correndo atrás do trem … São Paulo é o exemplo escarrado. O mais difícil de entender é o fato de sucessiva e corriqueiramente os governantes e gestores públicos irem a outras cidades do 1º mundo e não verem e experimentarem o que existe de bom por lá para implantarem aqui. A sociedade, destinatária desses projetos caros e insatisfatórios a curto, médio e longo prazo, parece que gosta, ama, adora continuar com os mesmos problemas …

  5. juca

    Para um pouco de conhecimento, o sistema de transporte de Curitiba, já foi modelo para grandes cidades do mundo, o planejamento implantado aqui em Curitiba, quer no transporte como em outros setores urbanos, foram também viáveis nas cidade do México, Caracas (antes do Hugo Chaves esculhambar o país) em Shangai na China e o sistema de ligeirinho também andou na amostra lá nos Estado Unidos. O problema é mais ou menos como o mundo quando da sua criação, foi concebido para uma população e aí veio o homem e estragou tudo. Um pequeno exemplo com uma comparação. O sistema de drenagem do mundo é perfeito na sua concepção , os rios, as cotaas de máxima cheia, os fundos dos vales e assim por diante, quando o ser humano começou a povoar esse mundo veio o início do caos. Retificaram rios, derrubaram florestas, enfim esculhambaram o que existia e pior não inovaram nem procuraram usar a inteligência para atender as necessidade mínimas de si próprio. Mal comparando, quando foi desenvolvido o sistema de transporte em Curitiba, atendia as nossas necessidades e aí a cidade foi crescendo, a região foi aumentando, em 1974 eram 14 municípios na Região Metropolitana, hoje temos 25 e criados por invenções políticas e mais, sem o mínimo de cuidado na integração, principalmente na mobilidade. Então seria bom que o IPPUC voltasse a ser o grande órgão de planejamento e execução do plano diretor da cidade e a Comec acompanhasse esse processo e deixassem de lado os egos políticos e as frescuras partidárias onde o pepino vem e vem em cima do povo.

  6. Santiago Boaterra

    Esta história somente rende porque é mal contada. O arquiteto e urbanista Jorge Willheim, autor do plano diretor de Curitiba em 1965, que estabeleceu as diretrizes com o sistema que viria a ser conhecido posteriormente com expresso e mais tarde com BRT, dizia com toda a sua experiência que não há cidade com mais de três milhões de habitantes que possa resolver o seu problema de mobilidade urbanas sem o metrô. É uma questão de matemática básica, o único meio de transporte capaz de transportar a quantidade de passageiros demandada no tempo necessário para os horários de pico é o metrô. Curitiba não pode ser resolvida apenas como a área do seu município, precisamos de um plano diretor para toda a região metropolitana, que já passa de três milhões de habitantes. E não adianta ficar apenas no metrô, qualquer cidade com boa mobilidade conta com no mínimo 6 modais de transporte.

  7. marcelo_X

    Tá? e ninguem aqui fala da grande área em metros quadrados que é hj ocupada pelas canaletas?
    colocando o metrô vai gerar um parque linear fantástico.
    Isso tem que estar nas contas.
    Só colocar que o onibus é mais barato e etc é um ponto de vista apenas do deslocamento.
    E o ponto de vista da qualidade de vida das pessoas que moram do lado ou perto das canaletas (olha que é um monte de gente!)?

    Todas canaletas deveriam virar parque linear e totalmente substituidas por metrô.

  8. Resumindo

    Resumo a verdade :

    “O metrô é proposto por grandes lobbies, grandes lobbies empresariais,”

    Ou alguém acha que os governantes que apoiam a ideia do Metrô em Curitiba (se um dia ficar totalmente pronto) vão usá-lo?

    Sou curitibano, trabalho em SP e sou usuário do Metrô. Aqui, em SP, nos horários de pico (24h por dia…) andamos a maneira de pinguins dentro das estações.E cheiramos sovacos alheios em cada viagem. Assim como somos cheirados, tem essa vantagem.

    A falácia do Metrô só serve para engordar as contas bancárias de lobistas, empresários, politicos e os nobres da corte. A pioneira em tecnologia de trens urbanos é uma empresa chamada Alstom, que está até o pescoço atolada em denúncias de falcatruas (repetindo…..“O metrô é proposto por grandes lobbies, grandes lobbies empresariais,”…..) . E outra parceira é a Siemens, que está proibida, durante 5 anos, de participar de novas licitações.

    E como diz o Juca……”o pepino vem e vem em cima do povo…”

  9. leandro

    O comentário do Juca toca em pontos técnicos e que refletem a situação de hoje na cidade. Claro que ninguém desconhece ou pode ignorar o plano diretor elaborado por Jorge Willhen e lembro que nessa época também figurava como presidente do IPPUC o arquiteto Jaime Lerner. Houve uma adaptação dos planos da época para a realidade da década de 70 e foi implantado o sistema de transporte de massa aliado ao desenvolvimento induzido estrutural, onde as vias centrais circula os expressos e ladeada por vias chamadas de “rápidas” que na realidade deveriam ser vias de tráfego contínuo. Isso tudo gerou a ocupação do solo com coeficiente de construtivos altos e aí criou-se o sistema de vias estruturais que depois foram ampliadas para as conectoras. Se alguns não sabem existem 5 conectoras e efetivamente implantada e funcionando somente a 5 que se forma através do prolongamento das ruas Pe. Agostinho, Pe Anchieta e Martim Afonso. Eu só fico imaginando se não tivesse sido feito esta parte do sistema viário e de circulação como seria o acesso a Cidade Industrial. Deste ponto para frente aconteceram variações sempre aliando o transporte de massa com o desenvolvimento ocupacional da região. Exemplos: Avenida Paraná e laterais, Pe. Anchieta e laterais, República Argentina e Churchil e laterais. Havia na oportunidade um estudo de aproveitar as canaletas do expresso com o metrô, mas a idéia foi suspensa em virtude do alto custo. Seria bom que muitos dos que falam coisas procurassem informações históricas para em nível técnico e de conhecimento pudessem pelo menos argumentar suas dúvidas. Mas, uma coisa deve ser dita e tem gente que irá me entender. Em arquitetura e engenharia quase tudo é possível, só depende da inteligência e do custo. Lembro por fim que no Brasil, ouço falar de metro já a muitos anos e a coisa ainda está engatinhando, vejam São Paulo que é o mais avançado, Rio de Janeiro que teria facilidade por se uma cidade linear e a coisa não vai. Então há que se pensar bem no tempo, no custo e no desgaste quando há mesmo soluções mais rápidas e mais baratas e que não atrapalham a vida do população.

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