Luas mecânicas giram
zoadas
dentro de minha cabeça
robótica.
O ponteiro do relógio solar
roda insano
sombreando todos os números
ao mesmo tempo.
Insetos fritam
dentro de flores ferventes.
O verde virado em cinza
o cinza tornado preto.
Bruxas esvoaçam
fugindo de suas fogueiras.
Terremotos radiativos
se desmancham, quietos.
Me falta ar
para um último suspiro.
de Enio Mainardi em O Moedor