de Gilberto Fontoura
Chove chuva
O cristal se partiu
O punhal feriu
O sinal abriu.
O grito de gol
A geral explodiu
O céu se tingiu.
A chuva
A tormenta abundante
Veio num rompante
Num instante, a cidade submergiu
Desapareceu o ambulante, a feira, o feirante…
Tudo negro, de repente um acidente
Não mais que de repente.
Um clarão, o tempo rugiu lancinante
Raios, trovões
A tarde se fez mais tarde
A tarde se fez mais tarde
Acabou o dia, ainda ao dia.
Deu black out
A água jorrou
Despencou na rua
Bateu em muros, árvores
Invadiu casas
Pássaros sem asas.
Choveu como nunca
Choveu triste
Fez miséria, tragédia.
Fez-se reza aos céus
A chuva demorou a parar.
Vem outra, valha-me Deus.
Proteja os meus, os seus.
Amém.
chove chuva
o cristal se partiu
o punhal feriu
o sinal abriu
o grito de gol
a geral explodiu
o ceu se tingiu
puta que pariu
tão fodendo o BRASIL.