Me culpe pelo tempo perdido.
E eu concordo.
Me odeie pelas coisas feitas
e pelas coisas desfeitas.
E eu concordo.
Diga que meus defeitos
eram sementes ruins
dentro de mim, dormentes.
E eu concordo.
Diga que você esperava rosas
quando regou o meu jardim
mas só cresceram urtigas
para machucar sem fim.
E eu concordo.
Mas, pergunto – inocente –
será que eram minhas
as sementes envenenadas
ou foi tua água que trouxe
ervas daninhas indesejadas?
de Enio Mainardi em O Moedor