por Jamur Jr
O poder dá um porre no cidadão que via de regra perde a cabeça e sai cambaleando pelos corredores. Não reconhece mais ninguém, do amigo mais íntimo ao recente e importante colaborador. O poder é mais forte que a cachaça, a maconha e outras ervas de uso proibido. O cidadão que assume o poder muda o comportamento, muda a ideologia, muda tudo para se manter nele. O “daqui ninguém me tira” passa a ser o bordão preferido do poderoso. Mas o poder desgasta – e muito. Quem permanece muito tempo no poder, ressalvados os casos de ditadores como os irmãos Castro em Cuba e outros manos conhecidos, acaba disputando espaços no ” andar de baixo”, como diz o Elio Gaspari. Um caso muito próximo de todos nós é o do senador Roberto Requião. Foi um dos mais poderosos políticos do Paraná. Exerceu vários mandatos: deputado estadual, três vezes governador, prefeito de Curitiba, senador, praticamente o dono do PMDB local. E vejam como anda o senador: disputando com o Orlando Pessuti (simples e discreto deputado estadual) um espaço para definir se o partido terá ou não candidato a governador do Paraná. Em outros tempos, Requião, decidia tudo e dava a noticia para os companheiros que aceitavam tudo sem discussão. Como se vê, o poder embriaga como cachaça e enfraquece como maleita.