8:47O rolê do Brasil

por Fernando Canzian

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pirâmidesocial


Os rolezinhos nos shoppings e os protestos de junho.2013 têm muito a ver com isso.
O importante é conservar a mensagem desses números.

E o mau humor dos mais ricos, apartados dessa realidade até há pouco.

A pirâmide na arte lembra (e informa os desavisados) como ainda somos pobres.

Em sua base, 66% das famílias brasileiras vivem com até R$ 2.034 ao mês. Isso dá R$ 656 por cabeça (R$ 21,50 ao dia), considerando a média de 3,1 indivíduos por família.

O Brasil privado evoluiu muito na década que antecedeu o governo Dilma. Foi a era da tal ascensão das classes D/E à C.

O impressionante aumento dos impostos no período permitiu massificar as bolsas sociais e benefícios da Previdência.

Milhões foram tirados de suas “cavernas” nessa distribuição da renda forçada, que achatou a classe média.

O movimento desencadeou aumentos no emprego, no salário mínimo e na renda.

A ortodoxia pró-mercado FHC-lulista daqueles anos encorajou a expansão das empresas e do crédito. O endividamento das famílias serviu de mola para desdobrar o consumo.

Resultado: 40 milhões de brasileiros subiram para a classe C –nomenclatura relacionada prioritariamente ao consumo.

Lazer e educação não pesam aqui. Mas é óbvio que mais renda e consumo ampliaram o acesso à educação e a serviços de informação, como a internet.

Agora, o bom ritmo dos anos Lula diminuiu à metade sob Dilma e sua lógica econômica rudimentar.

Mas o país ainda pobre, com empregos mal remunerados, está em outro patamar. E pressiona por mais serviços públicos e outras diversões.

Os ex-excluídos estão aí. Metendo o pé na porta.

 

*Publicado na Folha de São Paulo

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4 ideias sobre “O rolê do Brasil

  1. Emerson Paranhos

    Excelente artigo. Mas, o autor esqueceu de citar que durante duas décadas o mundo cresceu e distirbuiu renfa. Na indía por volta de 300 millhões, na China quase o dobro, no Sudoeste asiático nem se fala e aqui o Lulla apenas distribuiu recursos, seguodo, por fontes suspeitas ideologicamente por volta de 40 milhões. Esqueceu da educação, da solução dos gargalos e mais uma série de medidas que assim, sim seria distrbuição de rendaa efetiva e concreta. O modêlo esmola está se esgotando, porque quem paga, quem gera esta renda, já mostra sinais de exaustão. Isto é, esta acabando a molesa de criar novos impostos e ao contrárfio dio que se noticiA a classe média está encolhendo visivelmente.

  2. Fausto Thomaz

    Enquanto o Brasil for um país só de direitos e nenhum dever, estaremos cada dia com a base da pirâmide mais gorda….fora PT, já provou que não tem competência nenhuma para presidir um país.

  3. antonio carlos

    O modelo assistencialista iniciado por FHC com o Bolsa Escola e, depois rebatizado de Bolsa Família pelo Vendedor de Ilusões, se esgotou. Agora o povo quer mais, cansou de viver só do recebimento de esmola, quer mais educação, assistência médica melhor, e não só esta enganação de médicos cubanos, melhor transporte público e segurança pública decente e eficiente. Mas não é de jeito, vandalizando e saqueando shoppings centers que vamos resolver os problemas de Pindorama. A companheira presidanta que pare de sonhar e ponha os pés no chão, enquanto ainda há um chão onde pisar.

  4. zangado

    O brasileiro – a se acreditar nas estatísticas – trabalha 5 meses por ano para pagar tributos (impostos, taxas, tarifas, contribuições, etc) descontados na fonte ou embutidos nos produtos e serviços. Batemos recorde, inclusive, no ano 2013! Agora, pela tabela acima, somente 14% pagariam imposto sobre a renda, i.e., estariam sustentando significativamente os outros 66% que estariam isentos. Temos 10 milhões de jovens sem emprego no país, cuja ocupação agora está se voltando para rolês quando não para o tráfico.
    É uma situação que não deveria satisfazer à sociedade, que convive sem reagir com os mesmos problemas sociais, porque continua a eleger os mesmos que nada mudam, a não ser se sucedem pleito após pleito no cargos e mandatos públicos, tornando-se “donos” do imenso erário público que utilizam para seus desígnios. Será que saímos dessa? Quando?

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