8:17O caos e a lama

Maria Tereza Uille, secretária da Justiça, embarca hoje para o Maranhão e leva na bagagem o peso extra do berro da manchete da edição do jornal Gazeta do Povo: “Exemplo para o Maranhão, prisões do Paraná operam no limite”. Hummmmmm. A reportagem bate o bumbo numa provável denúncia que a OAB vai fazer à Organização dos Estados Americanos (OEA) sobre as condições prisionais no Estado e também dá voz aos sindicatos dos investigadores da Polícia Civil e agentes penitenciários para o risco de um caos carcerário no estado. Hummmmmmmm. As denúncias foram feitas ontem quando Maria Tereza deu entrevista coletiva para explicar o que vai apresentar ao governo do Maranhão que a convidou e vive, sim, um verdadeiro caos prisional, sobre o que foi e está sendo feito aqui e que está sendo considerado modelo para diminuir o risco do que acontece lá, principalmente no complexo penitenciário de Pedrinhas. Disse ela ontem para os jornalistas: “O Paraná tem resultados positivos. Temos planejamento, plano de gestão que mostram resultados. De 2011 para cá houve redução no número de presos, de 30 mil para 28 mil, e a redução de presos em delegacias, 16 mil para 9 mil presos. “Com as novas unidades prisionais, isso será totalmente solucionado”. As novas unidades a que ela se refere são vinte, entre cadeias públicas e unidades de regime semiaberto. Também falou da ferramenta chamada Business Inteligence (BI), que permite integrar os dados do Executivo com o Judiciário para acompanhamento da situação dos presos. No ano passado o governador Beto Richa anunciou, em entrevista à Rádio ONU, em Nova Iorque, que tal sistema seria adotado por outros países através de uma parceria com a organização internacional. Qualquer paranaense mais ou menos informado sabe que o sistema prisional aqui e acolá sempre foi problemático, principalmente por causa da superlotação, causada também pela lerdeza da Justiça. O que acontece em São Luis é a explosão final do sucateamento total do sistema, como pode acontecer, por exemplo, em Porto Alegre. Aqui, de fato, vive-se numa situação limite, mas, pergunta-se: como estava antes destas mudanças que aconteceram? Alguém botou a boca no trombone, como agora, antes da diminuição do número de presos? Soa muito estranho esta indignação explodir exatamente quando há fatos positivos que podem, sim, servir de modelo para aliviar a tensão neste barril de pólvora nacional. Parece coisa de ano eleitoral. Expressionante!

 

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11 ideias sobre “O caos e a lama

  1. Adivogado

    Que tal fretar um avião para trazer os advogados que assinaram o pedido de impechmant no Maranhão para o Paraná !!! Será que o Paraná possui advogados um pouco parecidos com os maranhaenses – da fazenda Sarney ???????

  2. LUDMILA CAIPIROSKA

    Essa mulher não é confiável, porisso é que está indo ‘ salvar ” a Roseana.
    Não é possível acreditar nos dados dessa mulher, vejam o caso da Delegacia de Santa Felicidade er outras.

    A dra Secretária de Estado é uma caninana ( cobre muio venenosa ). É a pessoa indicada com méritos para entrar ” na fazenda do Zé Ribamar Sarnei ).

  3. zangado

    Parece que a virtualidade é a solução para todas as mazelas do Estado e da sociedade !

    Faz-se um “programa” (geralmente o “meu” programa) e deixa-se de enfrentar a realidade.

    Quer me parecer que essa “fórmula mágica” é outra daquelas que saem da cabeça de iluminados e depois desaparecem tão rápido quanto foi apregoada uma vez cumprida sua finalidade, geralmente de caráter personalista.

    Cada governante que entra aparece com uma nova criação do mundo … e o problema nunca se resolve.

  4. Levir Batista

    Medidas emergenciais e drásticas já deveriam ser tomadas – e ainda podem; fazem 70 anos que o Adolf criou campos de concentração e o modelo hoje num pais com tanta área verde e com proteção moderna de cercas elétricas, câmaras de segurança e central de monitorização, permitirá que os detentos possam trabalhar como agricultores e com criação de animais e com isso ter chance de recuperação. Temos também várias ilhas que poderiam ser transformadas em presídio, quem não lembra de Papillon? no atual momento nenhum presidiário se recupera e as cadeias das delegacias vivem superlotadas, são paióis de pólvora. A espera de licitação para novos presídios que serão demorados e custarão muito não fará diminuir a superlotação e cada dia mais bandido preso e policiais com medo de lesioná-los porque o GAECO os prende, ao invés de combater o crime organizado.

  5. Antonio Glenio Albuquerque

    Sem comungar com os métodos praticados há 70 anos tal e qual são atualmente praticados na prisão de Guantanamo, o fato é que prisões rurais é medida óbvia e ululante como a mais racional, prática e menos onerosa a nos fazer crer que algum partido ou alguns políticos usufruem do caos que são nossas prisões. Se a cambada dos mensageiros ficasse 48hrs em Pedrinha ou qualquer outro presídio padrão Brasil as prisões agrícolas/industriais seriam criadas por Medoda Provisória.

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