Se eu pudesse perdoar
começaria por me perdoar.
Mas me culpo
e revivo o desgosto
de saber que vou repetir
todos os erros
de que quero escapar.
Quem perdoa
não perdoa
se não esquece o que perdoou.
Eu perdoo hoje
odeio amanhã
para depois voltar a perdoar.
Sou santo convertido
bandido assumido
vivo na contradição
de ser humano à prestação.
de Enio Mainardi em “O Moedor”