por Claudio Henrique de Castro*
A ideia do governo comandado por famílias reais remonta a Egípcios, Hebreus, Caldeus, Romanos e muitos outros povos do Oriente Antigo.
Fala-se inclusive da comunicação dos Reis com Deuses.
Há quem especule que os Deuses eram extraterrestres que deram poderes sobrenaturais para os Reis governarem a turba rude e ignara.
Seja como for, os Reis governavam até onde podem suas forças físicas e mentais – e são sucedidos por seus abençoados filhos ou descendentes.
A história política paranaense é repleta de continuísmos, famílias e sobrenomes que se sucedem nos poderes como se acreditassem num caráter divino que concede a eles o direito de exercerem o poder sobre o povo – esse ente indefinido e inodoro.
Já faz tempo, a ideia do poder monárquico foi suplantada pelas Revoluções Francesa e Americana, dos fins do século XVIII.
As famílias reais europeias reinam, mas não governam, ficaram reduzidas a uma espécie de novela das oito para o divertimento dos súditos.
Vive-se a alternância no poder porque se sabe que quem o exercita tende cometer abusos, mesmo nas democracias.
Os Reis exerciam o poder absoluto por se julgarem infalíveis, sábios e investidos de algo sobrenatural. A eles o povo devia reverência, o beija mão, o ajoelhar e abaixar a cabeça.
A ideia ressurgida neste ente enigmático intitulado FunCAP – do Clube Atlético Paranaense, não é nova na história do mundo ocidental. Porém, já foi testada por séculos e se concluiu que a melhor forma de Administração, com todos os seus defeitos, é ainda a Democracia, com a alternância no poder.
Reis e Ditadores existiram na história brasileira,mas isto acabou.
Numa Democracia, seja na política ou no futebol, apenas podemos conviver com reis Momos, a Festa de Reis e o Rei Pelé, mais ninguém!
*Advogado e professor de Direito