7:51FACA no Palácio

facamanifesto

Protesto e fundação da FACA em frente ao Palácio Iguaçu – Foto de Eli Firmeza

 

FACA – Frente Aberta de Cinema e Audiovisual 

Manifesto de Fundação

 

A FACA – Frente Aberta de Cinema e Audiovisual foi fundada no dia 13 de dezembro de 2013, 13h13, no Centro Cívico de Curitiba, capital do Paraná, em protesto contra a ineficácia das políticas públicas para o cinema e audiovisual paranaense. Estiveram reunidos realizadores, atores, produtores, pesquisadores, preservadores, técnicos, professores, estudantes e a sociedade civil organizada. 

 

O setor cinematográfico está em franca expansão. Vivemos em um país que é a sexta economia do mundo. O Paraná possui o quinto maior Produto Interno Bruto entre os estados. A arrecadação vem aumentando ano a ano. É o Estado mais rico da região sul.

 

O cenário é favorável à expansão do cinema no estado. Mas a cena que se apresenta é outra. Apenas um comparativo: Pernambuco, que tem a metade do nosso PIB, investiu em apenas dois anos mais em cinema do que os últimos três governos estaduais paranaenses juntos!

 

Mesmo assim, os filmes produzidos aqui estão presentes nos festivais mais importantes do Brasil e do exterior (entre eles, Festival de Brasília, Cannes e uma pré-indicação ao Oscar), além deestarem em cartaz em salas comerciais, TV e multiplataformas da internet.

 

Os realizadores fazem sua parte pelo cinema no estado, mas o poder público não. Marcamos presença lá, mas aqui, o que sofremos é uma série de AUSÊNCIAS.

 

Lamentamos um ano de ausência de qualquer tipo de fomento ao cinema e audiovisual, seja público ou privado. Lamentamos, também, a ineficiência nas políticas públicas para a área de cinema, o que inclui:

 

(1) a ausência de um diálogo propositivo com o poder público; (2) a ausência de periodicidade e regularidade no lançamento e execução dos editais para o fomento e apoio as produções cinematográficas; (3) a ausência de um projeto eficaz de salvaguarda e documentação para o patrimônio cultural audiovisual; (4) a ausência de um projeto de formação de plateia; (5 ) a ausência de mecanismos que garantam uma sustentabilidade econômica, social e cultural para a atividade cinematográfica.

A fim de mudar este contexto, a FACA aponta as seguintes propostas:

ÂMBITO ESTADUAL:

• regularidade e periodicidade na execução dos editais e incentivos, com data específica

para abertura e fechamento dos editais;

• viabilização das verbas iniciais (start money), que permitam que nossas produções possam

competir efetivamente em mecanismos de fomentos federais;

• implementação da Lei Estadual de Cultura;

• implementação do Sistema Nacional de Cultura;

• realização de uma reunião com as seguintes Secretarias: Cultura, Fazenda, Comunicação,

Indústria, Comércio e Assuntos do Mercosul, além da Casa Civil e Procuradoria do Estado.

ÂMBITO MUNICIPAL:

• regularidade e periodicidade na execução dos editais e incentivos, com data específica

para abertura e fechamento dos editais;

• implementação do Sistema Nacional de Cultura;

• transparência e o diálogo na condução da gestão da Fundação Cultural de Curitiba;

• cumprimento da promessa de campanha eleitoral do Prefeito Fruet em destinar 1% da

arrecadação municipal para a cultura;

• realização de uma reunião com as seguintes presenças: Prefeito, Presidente da Fundação

Cultural de Curitiba, Secretário de Finanças e Secretário de Comunicação.

A baixa institucionalidade é o que se vê por aqui. Além da falta de sensibilidade para as

demandas culturais. Um exemplo claro foi a falta de resposta à Carta Aberta do Audiovisual

Paranaense, publicada em junho deste ano. Esperamos não ficar novamente sem resposta. A

FACA se coloca aberta ao diálogo franco, tão necessário. É possível nos contatar através do e-
mail [email protected].

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6 ideias sobre “FACA no Palácio

  1. daniel

    verdade claudio..dinheiro público é para a boa vida dos políticos..pros jantares milionarios, as dezenas de assistentes dos assistentes fantasmas, os cargos comissionados….
    Cinema, cultura..nao precisa…superfulo!!!
    Temos mesmo que acabar com dinheiro publico pra cultura!!! os Europeus é que estao errados em subsidiar tanto a cultura – é só ver como a produção francesa, alemã e italiana de cinema é tão medíocre!!!
    DINHEIRO PÚBLICO PARA A BOA VIDA DOS POLÍTICOS! (vc ganha quanto com isso claudio??)

  2. Daniel

    Conheço bem Adorno, assim como Guy Déborde e Benjamin! Agora, contexto, meu jovem! Vc acha que existe só um tipo de arte “espetaculo”??

  3. Fábio

    Claudio, eu li Adorno durante os anos que estudei na faculdade e não vejo relação nenhuma de sua obra com a sua insinuação. Editais públicos de incentivo cultural não se aplicam à idéia de sociedade de controle. Theodor Adorno defendia a diferença de “cultura de massas” e “indústria cultural”. Sem incentivo governamental para o cinema, você tende a permitir tão somente a existência de uma indústria cinematográfica COMERCIAL, vertical e “pasteurizada” (pra citar também o Benjamin, da mesma escola de Frankfurt) para o povo, sem permitir a possibilidade de uma iniciativa sem fins lucrativos e tão somente com objetivo de privilegiar e disseminar a cultura local. Sem incentivo, não há como termos autonomia para criar no Brasil uma Indústria do Cinema, onde há também a possibilidade óbvia não só de geração de emprego e de “existirmos” lá fora, mas também de mostrar QUEM SOMOS. E nessa coisa de não saber “quem somos”, não me surpreende que a política de cultura no Paraná seja tão defasada, pois historicamente fomos tão somente “o que há entre o RS e SP”. Você acha que um dia vamos conseguir ter uma identidade cultural enquanto houver essa idéia sem fundamento que “cinema com dinheiro público é uma piada?” Pense nisto, amigo!

  4. Adriano

    Realmente, claudio, seu argumento de chamar de piada do ano foi muito profundo. Nem precisa ler o Adorno, basta ler o claudio.

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