6:13A representatividade paranaense

por Célio Heitor Guimarães

 

Houve um tempo em que o Paraná teve grande representatividade política. Grandes nomes, independentemente de partidos ou de ideologias, destacavam-se no parlamento nacional e honravam, com sua cultura, postura e brilho, a chamada Terra dos Pinheirais. E não é preciso ir muito longe, recorrer aos lapeanos Ubaldino do Amaral e Victor Ferreira do Amaral para exemplificar. Basta citar os nomes mais recentes de Bento Munhoz da Rocha, Lacerda Pinto, Accioly Filho, Abilon de Souza Naves, Ney Braga, José Alencar Furtado, Léo de Almeida Neves… Tinha também um integralista, da turma do Plínio Salgado, do qual não me lembro o nome, grande orador.

 

Hoje, politicamente, o Paraná está mais para 5ª Comarca de Santa Catarina, como diria mestre Luiz Geraldo Mazza. Não que o vizinho Estado seja lá essas coisas. Também já foi muito melhor. Mas diante da desgraceira paranaense… até dona Idely Salvatti, paulista, é Secretária de Relações Institucionais, órgão de articulação política do governo federal junto ao Congresso, imaginem! É certo que temos frequentando a cozinha do Planalto três paranaenses (ou ditos assim) – Gilberto Carvalho, ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência da República; Gleisi Hoffmann, ministra-chefe da Casa Civil do governo federal; e o marido de Gleisi, Paulo Bernardo Silva, também paulista, no ministério das Comunicações. Mas sejamos francos: o que eles têm feito pelo Paraná, tirando a ministra Gleisi, candidata ao governo do Estado no ano que vem? Ah, tem o governador oposicionista que atrapalha?… Então, tá.

 

E no Parlamento? No Senado, tem o Álvaro Dias, o Osmar não está mais lá, e o Requião… O Requião ainda é senador?! Pensei que tinha virado blogueiro e sido colocado à disposição do ministério das Relações Exteriores para correr o mundo… E na Câmara dos Deputados? Bem, na Câmara temos um paranaense na 1ª vice-presidência da Mesa Diretora, o nobre deputado André Vargas… Quem?! André Luís Vargas Ilário, de Assaí. Quem?! O André do PT, que concorreu à prefeitura de Londrina, em 2008 e ficou em 5º lugar. Quem ?! Tá bem, o nosso ilustre deputado André Vargas é aquele que já andou incentivando uma vaquinha destinada a pagar as multas estipuladas pelo STF aos mensaleiros condenados; depois que propôs o batismo do trecho da BR-277 que atravessa o Paraná com o nome do empreiteiro Cecílio do Rego Almeida, tido como “o maior grileiro de terras do Brasil”, entre outras façanhas; e que agora acaba de propor que a Câmara reaja à imprensa. Aliás, ele afirmou, como se leu ontem aqui no Zé Beto, que a Câmara tem a obrigação de se impor, ignorando o que chamou de “pressão da mídia”. E exortou os seus nobres pares a parar de se dobrar diante da “opinião publicada”, citando as “concessões” que já foram feitas para saciar a imprensa, como a extinção dos 14º e 15º salários dos parlamentares.

 

Ah, esse Vargas tem sido uma fiasqueira e nos causado uma vergonha danada, como paranaenses.

 

Não por acaso, pesquisa realizada em meados do corrente ano pelo Instituto Paraná Pesquisas indicou que os políticos do Paraná são classificados pela população brasileira como “pouco expressivos”. A sondagem indicou que 87,2% dos eleitores brasileiros não sabem citar um único político paranaense em nenhuma esfera de poder. E o quadro se agrava ainda mais quando 34% dos pesquisados também afirmam que nenhum paranaense tem destaque na política nacional.

 

É isso aí, nobres conterrâneos. A mim não surpreende. Até porque, depois que Gustavo Fruet trocou a Câmara Federal pela prefeitura de Curitiba, deixei de ter representante na esfera política nacional. Dá-lhes, Guga! Estão sentindo a sua falta lá no Planalto Central.

 

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Uma ideia sobre “A representatividade paranaense

  1. antonio carlos

    Depois de ler este texto mais do que xarope, entendo porque os políticos ficam todos arrepiados, quando não histéricos, como o ex-desgovernador ora senador, se fala do fim do voto obrigatório. As seções eleitorais vão ficas às moscas.

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