7:49O discurso do general

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A NOSSA LIBERDADE

 

por Gen. Paulo Chagas*

 

 

Liberdade para quê? Liberdade para quem?

Liberdade para roubar, matar, corromper, mentir, enganar, traficar e viciar?

Liberdade para ladrões, assassinos, corruptos e corruptores, para mentirosos, traficantes, viciados e hipócritas?

Falam de uma “noite” que durou 21 anos, enquanto fecham os olhos para a baderna, a roubalheira e o desmando que, à luz do dia, já dura 26!

Fala-se muito em liberdade!

Liberdade que se vê de dentro de casa, por detrás das grades de segurança, de dentro de carros blindados e dos vidros fumê!

Mas, afinal, o que se vê?

Vê-se tiroteios, incompetência, corrupção, quadrilhas e quadrilheiros, guerra de gangues e traficantes, Polícia Pacificadora, Exército nos morros, negociação com bandidos, violência e muita hipocrisia.

Olhando mais adiante, enxergamos assaltos, estupros, pedófilos, professores desmoralizados, ameaçados e mortos, vemos “bullying”, conivência e mentiras, vemos crianças que matam, crianças drogadas, crianças famintas, crianças armadas, crianças arrastadas, crianças assassinadas.

Da janela dos apartamentos e nas telas das televisões vemos arrastões, bloqueios de ruas e estradas, terras invadidas, favelas atacadas, policiais bandidos e assaltos a mão armada.

Vivemos em uma terra sem lei, assistimos a massacres, chacinas e seqüestros. Uma terra em que a família não é valor, onde menores são explorados e violados por pais, parentes, amigos, patrícios e estrangeiros.

Mas, afinal, onde é que nós vivemos?

Vivemos no país da impunidade onde o crime compensa e o criminoso é conhecido, reconhecido, recompensado, indenizado e transformado em herói! Onde bandidos de todos os colarinhos fazem leis para si, organizam “mensalões” e vendem sentenças!
Nesta terra, a propriedade alheia, a qualquer hora e em qualquer lugar, é tomada de seus donos, os bancos são assaltados e os caixas explodidos. É aqui, na terra da “liberdade”, que encontramos a “cracolândia” e a “robauto”, “dominadas” e vigiadas pela polícia!

Vivemos no país da censura velada, do “micoondas”, dos toques de recolher, da lei do silêncio e da convivência pacífica do contraventor e com o homem da lei. País onde bandidos comandam o crime e a vida de dentro das prisões, onde fazendas são invadidas, lavouras destruídas e o gado dizimado, sem contar quando destroem pesquisas cientificas de anos, irrecuperáveis!

Mas, afinal, de quem é a liberdade que se vê?

Nossa, que somos prisioneiros do medo e reféns da impunidade ou da bandidagem organizada e institucionalizada que a controla?

Afinal, aqueles da escuridão eram “anos de chumbo” ou anos de paz?

E estes em que vivemos, são anos de liberdade ou de compensação do crime, do desmando e da desordem?

Quanta falsidade, quanta mentira quanta canalhice ainda teremos que suportar, sentir e sofrer, até que a indignação nos traga de volta a vergonha, a auto estima e a própria dignidade?

Quando será que nós, homens e mulheres de bem, traremos de volta a nossa liberdade?

 

* Paulo Chagas é General de Brigada da Reserva do Exército do Brasil.

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11 ideias sobre “O discurso do general

  1. Tanso

    Pobre democracia!! Sempre levando a culpa de tudo. Típico texto distorcido, onde o alvo verdadeiro é escondido. Tem gente que não sabe viver sem um chicote a açoitar!!!

  2. Jorge Hardt Filho

    Houve cerca de ± 400 mortos pelo regime militar nos 20anos da semi-ditadura (havia eleições).
    20 assassinatos /ano ( alguns em combate).
    hoje, ocorrem ± 40.000 assassinatos por ano.
    a carga tributária era 22% e havia investimentos significativos em infraestrutura. Hoje a carga tributária é de 36% e os investimentos públicos em infraestrutura minguaram, quase desapareceram.
    Vale a pena uma democracia como essa?

  3. leandro

    Comentar o quê? O general está corretíssimo. Só que falta é ele ser detido no quartel general por se pronunciar.

  4. Pimpao

    O distinto general esta certissimo em sua analise. Eu trocaria facil facil a ditatura que tivemos, e eu me lembro muito bem dela pois a vivi intensamente e com consciencia do que era; do que esta pseudo-democracia. Mas o povino que tem aqui, aaaahhh o povinho sempre…Pais de OTARIOS E CANALHAS, SEMPRE.

  5. Emerson Paranhos

    Que democracia???cara pálida??? a do Fidel Castro, a do piriguete da Coréia???? A da Albanbia na década de 70, a qual queriam implantar no Brasil e hoje estão perto de conseguir????Como os atuais donos da opinião pública (Politicamente correto) mentem, reescrevem com viés ideológico a historia. Parem de mentir. rapaziada, isto é muito feio

  6. Renato Glotter

    Tempos de paz? O general precisa tomar remédio pra memória. Muito (quase tudo) que de ruim hoje acontece começou com o aleijão histórico, econômico e cultural da ditadura militar. Eles é que tiraram a liberdade das pessoas de bem e entregaram o país, de bandeja, a um bando de vagabundos fardados ou de terno, que afundaram o país.

  7. jose

    ZB, parabéns por publicar, imprensa é isto, todos pode ter o direito de manifestação.

    A diferença básica entre democracia e ditadura começa por aí: liberdade de pensamento.

    Nasci em 1962, no interior do Paraná e vim para Curitiba em 1976para estudar. Tive noção real do que a ditadura fazia somente aos 17 anos, quando ganhei um amigo que teve seu pai “desaparecido” pela ditacuja.

    Não posso falar que foram tempos ruins, compramos uma casa num conjunto do BNH bastante longe do centor da cidade, estudava numa escola pública e voltava para casa tranquilo todas as noites, mesmo quando muito tarde e muitas vezes andava trechos longos a pé.

    Não sofri nada de ameaça ou coisa parecida e não lembro de ninguém que tenha sido perseguido ou coisa assim, nem mesmo este meu amigo.

    Acredito que liberdade é a melhor coisa do mundo e creio que o General até tem sua razão em alguns pontos, mas discordo frontalmente que ditadura é melhor.

    Mas um ponto ele tem razão: somos hipócritas, vivemos hoje outro tipo de ditadura tão nociva quanto a anterior, não podemos ser contra nada em nome de amarras como “politicamente correto”, “socialmente responsável” e “movimentos sociais”.

    Ocorre que o todos querem que sejamos “politicamente corretos”, mas esquecem que podemos discordar, por exemplo, tenta discutir com um petista os desmandos, as corrupções do governo lula, as perdas da Petrobrás e até o caso da tal Rose; duvido que vc consiga manter a amizade, além de é claro receber a pecha de “reaça”, “direita”, como se fosse crime questionar obviedades.

    O “socialmente responsável” é outra bandeira rasgada frequentemente em nome de maracutaias, ongs destinadas exclusivamente a receber dinheiro do governo, aliás, não entende se é “não governamental” porque vivem dinheiro do governo? E vc já notou que boa parte, senão a maioria, principalmente as que estão no desvio são geralmente ligadas a políticos e governos? Claro há exceções e conheço algumas inclusive, mas a grande maioria não resiste a um simples auditoria.

    Por fim, os tais “movimentos sociais”, que na maioria são apenas fachadas para arrancar mais algum do governo.

    Enquanto isto, para ter saúde, educação, temos que pagar e muito, muito mais do que os impostos que servem apenas para sustentar um serviço público pesado, arcaico, burocrata e que na maioria das vezes atrapalha ao invés de ajudar.

    Me irritam profundamente três coisas que vem de séculos e perduram: o coitadismo com os pobres, a tentativa de tutela do Estado e o pouco caso com o dinheiro de nossos impostos.

    Esta é a verdadeira ditadura, a ditadura dos que se encastelam no poder e tudo fazem para lá se manter, abusando do coitadismo, com bolsas disto e daquilo (precisamos de oportunidades, não de esmolas), a tentativa de nos tutelar com o querer impor sua opinião sobre o que é bom ou não para mim (mídia golpista, censura prévia, etc e tal) e o inchaço com o apadrinhamento dos amigos, a criação de cargos apenas para manter os aliados e por aí vai.

    Quero o governo do jeito que ele deve ser, como o juiz de futebol, que quando ninguém lembra dele é porque ele fez um ótimo trabalho: aquele para o qual foi escolhido, só.

    Estou cansado de gente querendo impor a sua opinião, achando que isto é democracia: não é e pode ser aí o embrião de uma nova ditadura.

    Abraços

  8. Fortunato Filho

    …SEMEAR A MEMÓRIA PARA QUE NÃO CRESÇA O ESQUECIMENTO.
    (das Mães da Praça de Maio, Argentina )

    Este é um fragmento de um texto escrito por Pedro Miguel e dirigido ao general Augusto Pinochet Ugarte:

    —————————————————-

    “…desejo-lhe, sinceramente, um julgamento justo, de acordo com o Direito e, na medida do possível, uma cela limpa, cômoda e digna.
    Tomara que ninguém bata no senhor, general, que ninguém o submeta humilhações.
    Que não confisquem sua casa nem seu carro nem destruam sua biblioteca. Que não tapem seus olhos nem o atire ao chão para dar-lhes chutes e coronhadas.
    Que não o dependurem pelos polegares, nem lhes administrem descargas elétrica nos testículos, que não lhe arranquem a língua, que não afundem sua cara em um monte de água e vômito nem o asfixiem metendo sua cabeça num saco plástico, que não rebentem seus globos oculares, que não quebrem os ossos de suas mãos, que não introduzam ratos famintos em seu ânus, que não o violem, nem mutilem, nem o façam voar em pedaços com uma carga explosiva, que não dissolvam seu enterro a golpes de cassetetes, que não sequestrem seus irmãos, nem arranquem os mamilos de suas filhas.
    Quer dizer, general, oxalá não façam nada do que seus subordinados fizeram, sob suas ordens e responsabilidade, a milhares de chilenos e chilenas e a muitos outros cidadãos da Argentina, Brasil, Uruguai, Espanha, França, Alemanha, Suécia…
    Não.
    Que organizem um julgamento justo e que uma cela esteja limpa e cômoda, onde possa passar seus últimos dias sem frio nem fome.
    Não é nada pessoal. É que, se a gente conseguir isso, general Augusto Pinochet Ugarte, a humanidade terá dado um grande passo para reencontro consigo mesma.
    Este fragmento é uma simples recordação do que aconteceu em países como Chile, Argentina, Brasil e tantos outros países da América Latina.
    Ás vezes parece que a humanidade jamais se reencontrará.
    Ajudem sua memória a não esquecer estes fatos e saber do que o HOMEM é capaz”.

    Arquivo de estudo de textos / Filosofia / Fevereiro 2000

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