Do blog do jornalista Ricardo Setti, na revista Veja:
Ao permanecer no PSDB, Alvaro Dias poderá enfrentar o próprio irmão na disputa por vaga de senador pelo Paraná
Publiquei a 12 de agosto um post que obteve grande número de acessos de leitores informando que o senador Álvaro Dias (PSDB-PR), uma das vozes mais fortes da oposição no Congresso, estava disposto a deixar o partido explicando, em conversas com personalidades com quem se reuniu para ouvir opiniões, que se sentia “sem espaço” no ninho tucano.
A falta de espaço queria dizer, em outras palavras, dificuldades políticas com o governador do Paraná, Beto Richa. O senador, político de vasta experiência que inclui ter governado o Estado entre 1987 e 1991 pelo PMDB, está em seu terceiro mandato de senador (dois pelo PSDB) e flertava com a ideia de uma candidatura presidencial por uma coligação de pequenos partidos tendo à frente o PV.
Esgotado o prazo de filiação de candidatos às eleições de 2014, no dia 4 de outubro passado, Dias resolveu permanecer no PSDB, graças a trabalho feito pelo presidente do partido e seu provável aspirante à Presidência no ano que vem, senador Aécio Neves (PSDB-MG), junto ao governador Richa. Ficou acertado que, como parte dos esforços para que Aécio vença a eleição presidencial no Paraná, além de Richa concorrer à reeleição, o Dias concorrerá uma vez mais ao Senado, onde está em seu terceiro mandato.
O acerto criou uma situação peculiaríssima para o senador: a possibilidade de enfrentar o próprio irmão, o ex-senador Osmar Dias, que está em fase de definir se disputará a única vaga no Senado pelo PDT. Osmar Dias foi introduzido na política pelo irmão, de quem foi secretário da Agricultura, exerceu dois mandatos de senador, concorreu sem êxito duas vezes ao governo do Estado e, atualmente, é um dos vice-presidentes do Banco do Brasil.
A presidente Dilma cogita de seu nome para assumir o Ministério da Agricultura em janeiro, no lugar do ministro Antônio Eustáquio Andrade Ferreira, que deixará o cargo em dezembro para disputar um novo mandato de deputado pelo PMDB de Minas. Para que isso ocorra, será necessário um remanejamento ministerial de forma a servir ao PMDB alguma outra pasta.
Este é o sonho mais acalentado pela nossa ministra loirinha, mas duvido muito que vá acontecer, o urtigão não entra em uma terceira roubada seguida. Ele sabe que apanha. E porque arrumar confusão dentro de casa? Acredito sim que o urtigão só embarca na canoa da ministra como vice, aí se afundar ambos se afogam juntos. Da vez passada o único que se ferrou foi ele.